É AGORA OU...

 

 

Os recentes acontecimentos que levaram uma verdadeira multidão às ruas e desencadearam pronta resposta em muitos Estados brasileiros, registraram, de forma indiscutível, o repúdio, a revolta, a absoluta insatisfação ao caos, moral e cívico. em que o país está mergulhado.

Mesmo agora, com o caldeirão fervilhando, parece que a classe política desdenha e não faz fé no quadro com fortes tintas que está bem diante dos seus olhos. Continuam a extrapolar seus limites, tentam abafar a realidade do movimento, tergiversam, protelam, criam dificuldades, discutem nulidades, imaginando que, como febrezinha atoa, "o fogo se extinguirá logo, logo".

Vem um com a ideia maluca e propõe tratamento e cura para a homossexualidade, acreditando (só ele) que seja uma doença. Dois outros (um é o famigerado Renan Calheiros) utilizam aviões da FAB para deslocamentos pseudo-oficiais, mesmo recebendo polpudas somas à título de "ajuda" para tal atividade.

Propõe-se que 50% dos "royalties" do pré-sal sejam investidos na educação e logo surgem opiniões contrárias, sob alegações, no mínimo, questionáveis, se não suspeitas.

Fala-se em plebiscito ou referendo e, imediatamente, um paredão de dificuldades é levantado.

Se efetivado o primeiro, será inócuo se as questões a serem votadas utilizarem a linguagem política ou eminentemente jurídica, pois será "falar grego" para a imensa maioria.

A segunda modalidade difere pouco da primeira; apenas o povo dirá que quer a Reforma, mas quem ficará encarregado de sua feitura será o Poder Legislativo e, aí, minha gente, todo mundo já sabe qual será o desfecho; muito papo, Comissões (e comissões !) disso e daquilo, pouca ou nenhuma questão importante será contemplada, o trágico e indecente corporativismo vai falar mais alto, pois a própria classe política terá que ser a mais atingida - e merecidamente!

Seria oportuno o encaminhamento à Presidência da República e aos meios de comunicação, de um documento que contivesse, com a maior objetividade, todas as exigências da sociedade, para que fossem TODAS atendidas, de uma forma ou de outra. Intuo que, do contrário, novamente multidões irão para as ruas e receio que, dessa vez, com ânimo bem mais acirrado.

Ou vamos agora, ou teremos que continuar, resignadamente, envergando a velha canga, que ficará cada vez mais pesada.

Quem duvidar, como no pôquer, que pague pra ver.

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(não deixe de ler o colega e jornalista Carlos Bezerra)

 

paulo rego
Enviado por paulo rego em 13/07/2013
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