A SOPA DE LETRINHAS

Entre todos os afazeres domésticos, Dona Amália tinha a maior dedicação no momento de preparar as refeições. Viúva, com cinco filhos, tinha para o sustenta da casa, onde morava com os quatro filhos menores, a ajuda da Filha Pérola, que trabalhava na capital e que sempre ao visitar a mãe levava mantimentos, que ajudavam na alimentação dos três irmãos e da irmãzinha, com idades que iam dos seis aos quinze anos.

Na cozinha imensa Dona Amália iniciava muito cedo da tarde o preparo da sopa, servida à noite e que era um deleite para a criançada, que procurava adivinhar quais seriam os ingredientes. Seria sopa de repolho, com suas folhas verdes? seria sopa de cenoura, com aquela cor forte? ou seria sopa de milho, com espiga e tudo?

Naquele dia com a visita de Pérola, entre seus quitutes ela trouxe um novo tipo de macarrão, que iria engrossar a sopa feita pela mãe e que ela sabia muito iria alegrar a criançada Era a massa em forma de letrinhas. As crianças que normalmente lambiam os pratos, hoje demoraram mais, curtindo a novidade. Quem mais demorou, porém, foi a pequena Cristal, que com seis anos, recém tomando contato com as letras, estava silenciosa, com o corpo curvado sobre a mesa e com o prato quase vazio. A menina ergueu o rosto ao ver a mãe, que no fundo do prato viu um ajuntado de letras, onde conseguiu ler B I G A DA !!!

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 18/07/2013
Reeditado em 19/07/2013
Código do texto: T4393598
Classificação de conteúdo: seguro