VOLÚPIA DO MAL

Tristemente, a crueldade apontada no filme The Act of Killing, que aborda a tomada do Poder na Indonésia, pelos militares, entre 1965/1966, com milhares de assassinatos, não está além da perversidade praticada no Brasil. A cada dia, a maldade toma conta de setores da nossa frívola sociedade, sempre e mais entusiasmada com banalidades e chulices e, em nome de uma enganosa "liberdade de pensar", agindo estúpida e progressivamente, contra todo e qualquer princípio ético e moral, implantando o clima de desrespeito, despudor e descaso a toda regra tácita construída no seio da família brasileira ao longo de séculos. Aplaudida e incentivada por segmentos midiáticos capitalistas, que se utilizam da imagem e da pouca inteligência e do ridículo conteúdo de muitos artistas, aos quais só interessam a conta bancária recheada, para se declararem favoráveis a qualquer desconstrução de valores, cresce a olhos vistos, a degeneração das virtudes e dos sentimentos patrióticos estabelecendo, em consequência, um senso comum de anarquia absoluta. Tal volúpia consegue enredar,até mesmo, segmentos religiosos descuidados, quando permitem que idéias sectárias ou preconceituosas ,nomeiem inimigos entre outras denominações ou opções do segmento.

Tudo é permitido e a desconstrução da ordem sofre ação incisiva, ao definir que tudo o que for proibido é agressivo e desrespeitoso. E para garantir todo esse estado de coisas, deparamo-nos com a colcha de retalhos da legislação brasileira favorecendo o infrator, e chegamos ao absurdo de contemplarmos impávidos, O Poder Supremo da República alterando, de forma desnecessariamente precipitada, princípios basilares da Carta Magna, de preferência e competência primária do Poder Legislativo, que por sua vez, não esboça nenhuma atitude de contestação ou restrição, por absoluto e irresponsável descaso e desinteresse.

E, assim, vamos mutilando e assassinando, dia após dia, mais e mais inocentes, com nossa culposa indiferença, nossa covarde anuência ou nosso vergonhoso aplauso que parece fazer ecoar aos céus, de novo, o mesmo adágio triste de mais de dois mil anos atrás:"...caia o seu sangue sobre nós e sobre nossos filhos!"

O MAL não pode ser aceito como coisa banal, natural ou, meramente, circunstancial. Deve ser refutado, recusado e escorraçado para muito além, pois que, no ser humano pulsa, natural e benditamente, o invencível germe do BEM.

Muito ajuda, não nos esquecermos: “ Tudo é permitido, mas, nem tudo convém.Tudo é permitido, mas, nem tudo edifica!”(1Cor 23)