Olodum: de escravos a estrelas globais
Olodum, anos atrás aquela barulhada ensurdecedora me aborreceu, nem olhei que aparência tinha aqueles malucos. Há pouco tempo passando por Salvador uma cena me chamou a atenção: um gostoso ritmo afro-hawa e aquela multidão aglomerada se deliciava alegremente com o sucesso e a beleza daquele ritmo.
A banda, em gestos harmoniosos, embalava a festa. Uma turista loira belíssima se envolveu tanto com o embalo que até babava, quase em êxtase. Seu acompanhante a puxava pelo braço e ela nem sentia, e quando aquele esguio e forte mestiço erguia seu enorme tambor ao alto e girava em torno de seu corpo e açoitava seu instrumento com todo vigor, naquele momento aquela linda mulher sentiu também um enorme desejo de ser uma mulata e fazer parte daquele grupo e daquele universo.
Presenciei uma rara cena em que o mestiço se torna branco e o branco deseja ardentemente se tornar um mestiço e participar do mundo imune as depressões.