Olodum: de escravos a estrelas globais

Olodum, anos atrás aquela barulhada ensurdecedora me aborreceu, nem olhei que aparência tinha aqueles malucos. Há pouco tempo passando por Salvador uma cena me chamou a atenção: um gostoso ritmo afro-hawa e aquela multidão aglomerada se deliciava alegremente com o sucesso e a beleza daquele ritmo.

A banda, em gestos harmoniosos, embalava a festa. Uma turista loira belíssima se envolveu tanto com o embalo que até babava, quase em êxtase. Seu acompanhante a puxava pelo braço e ela nem sentia, e quando aquele esguio e forte mestiço erguia seu enorme tambor ao alto e girava em torno de seu corpo e açoitava seu instrumento com todo vigor, naquele momento aquela linda mulher sentiu também um enorme desejo de ser uma mulata e fazer parte daquele grupo e daquele universo.

Presenciei uma rara cena em que o mestiço se torna branco e o branco deseja ardentemente se tornar um mestiço e participar do mundo imune as depressões.

moraesvirada
Enviado por moraesvirada em 07/04/2007
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