SOBREVIVEMOS...FOMOS HERÓIS NO PASSADO!

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Sobrevivemos a todas as décadas de 40, 50, 60 e 70, sem tecnologia ou produtos de limpeza, controles remotos, celular ou TV de LSD etc., e podemos ser considerados heróis do passado! Mesmo sem os muitos produtos que prometem milagres hoje e que prometem facilitar e transformar a vida das donas de casas, mas também as tornam escravas de produtos de marcas que aparecem na TV como produtos milagrosos ou revolucionários. Sobrevivemos tudo isso e sem nada disso e isso me impressiona muito! Como fomos capazes?

É difícil de acreditar que essa geração tenha conseguido ultrapassar a barreira dos 50, 60, 70 ou mais anos de idade, sem que tenham feito uso de produtos de limpeza, lavando paredes de banheiros com sabão sapólio lançado em 1868, jogando água sem qualquer aditivo e, ao fim, despejando nos locais limpos, apenas pingos de creolina para exterminar os germes.

Muitas vezes ao apresentar programas de TV ao vivo, ou como convidado na condição de jornalista, para evitar o suor escorrendo pelo rosto, usava apenas a pomada minâncora, patenteada por Eduardo em 1915, em Joenville, no Norte de Santa Catarina, embora o patenteado a viesse como remédio contra embriaguez desde 1912. Mas não me perguntem como era feito o seu uso porque não saberei informar.

Apenas sei que por debaixo da pomada no rosto, usava pó compacto para disfarçar o brilho do suor pelo calor das lâmpadas dos estúdios de TV. Ao final de duas horas embaixo da luz forte e quente dos estúdios, mesmo com condicionadores de ar ainda precários, saia com a roupa molhada por baixo. Mas, ao menos, com o rosto limpo, porque o suor nunca permanecia preso em seu nascedouro porque a pomada minâncora os fechava e o disfarce da cor branca da pomada era o pó usado na cor da pele! Esse era o truque usado nos estúdios de TV, até o final dos anos 80.

E o mais incrível é acreditar que todos esses novos produtos lançados no mercado como sabão líquido, detergente para lavar louças, limpa isso e limpa aquilo, bom para isso e bom para aquilo, matando germes, bactérias e tudo o mais passaram a escravizar as donas de casa que, sem eles, não sabem mais como viver sem eles.

É difícil de acreditar que um médico recomendou ao seu paciente diagnosticado e desenganado com câncer terminal, apenas tomar uma dose de creolina todas as manhãs, misturada ao leite, como o fizera um veterinário à cadela “Estrela”, diagnosticada com a fatal doença “Sarna Negra”, porque o problema de um era excesso de verminose ao paciente. A cadela que antes tomara vacinas, remédios e só ficou boa com a creolina. Tempos depois ao encontrá-lo bem de saúde na rua, ainda perguntou-lhe “o senhor está bem doutor”? Isso não causou surpresa ao médico, pois tinha certeza que as dores estomacais de seu paciente eram apenas um gravíssimo ataque de vermes e não câncer! Márcia Vizelli também ficou feliz porque curou sua cadela “Estrela” e deixou-a sadia.

No chão de madeira ou cimento usava-se a cera da marca Poliflor e os faziam bilhar, ao ponto de refletir o rosto da pessoa que olhasse, apenas encerando-o o uso de uma pesada enceradeira só para “dar brilho e espalhá-la uniformemente”!

A tudo isso essa “geração guerreira” venceu e sobreviveu e, por isso, podemos ser chamados de “heróis da vida real” usando uma frase de Pedro Bial, para definir os “seus heróis fabricados” dentro de uma casa com todas as regalias que as indústrias criam para tirar dinheiro dos incautos que, no passado, parece que tinham solução para tudo!

Eu ainda sou da época que se passava sabão nos dentes, limão nas axilas e sabão cutia em limpeza, na lavagem de roupa e apenas creolina para desinfetar tudo e cera poliflor para dar o brilho em pisos de cimento ou madeira e, ainda, sapólio para tirar manchas de qualquer coisa. Hoje, não sinto qualquer saudade dos atuais produtos de limpeza, embora seja obrigado a adquiri-los e seja usado na limpeza de nosso apartamento.

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 29/07/2013
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