Água bruta
Água bruta, sou do início ao fim! Eu, mulher!
 
Nascida de rochas firmes, escorro livre e brilhante para o mar, no qual me esforço por não perder a identidade, tal o alvoroço que encontro. Mudo de gosto, pois de doce passo a ser salgada. Com dificuldade, aprendo a dosar meu sabor... Meio agridoce, não consigo a medida certa, mas continuo a buscá-lo pela vida.
 
Escorro pelos olhos de mim mesma. Sou lágrima, por tantas vezes, de alegria ou de tristeza.
 
Acima de tudo, o que me valeu a pena foram os três Oceanos que pari e que me fazem eterna e para os quais me esforço, ainda hoje, para ser mais doce do que salgada, ao desejo incontido de deixar-lhes as pegadas difíceis mais fáceis de seguir.

Cabo Frio, 26 de março de 2010 - 13h32
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 29/07/2013
Reeditado em 19/02/2017
Código do texto: T4410338
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