Viajante do Tempo.

Um dia andando na avenida paulista observei um rapaz parado naquela multidão,olhando para todos os lados como se não soubesse para onde ir,não entendendo aquelas pessoas com pressa que esbarravam contra seu corpo,e nem se quer pedir desculpas pediam.Curioso com aquela cena resolvi ir perguntar o que estava acontecendo com aquele rapaz.

-Algum problema,nunca veio a capital?O rapaz surpreendido por alguém vim falar com ele,responde :

-Sim,inclusive moro aqui,mas as pessoas estão muito diferentes hoje,ninguém percebe alguém perdido,você foi o único a vir falar comigo.

-É apenas achei curioso alguém olhando para todos os lado em meio a uma avenida tão movimentada quanto essa,de cara achei que você seria do interior.Com um leve sorriso no canto de seus rosto,continua a falar.

-Não,apenas sou um pesquisador,estudo historias de nossos ancestrais,pelo que eu vejo você seria uma boa pessoa para eu fazer umas perguntas.Gostaria de me acompanhar até um café talvez?No começo fiquei curioso em que eu poderia ajudar um historiador,se nem minha própria historia eu lembro direito,porém respondi afirmativo a aquela proposta.Andando alguns metros encontramos um Cyber café.,chegando lá novamente o homem olhava para todos os cantos,e me perguntou:

-Cadê a maquina de café?Deveria estar aqui fora.

-Se tivesse aqui fora seria um café grátis, com certeza não ia render de colocar pó e água dentro da maquina, e de tanto ser de graça, a cafeteria faliria. Você nasceu aonde, Noruega?

-As pessoas são muito desonestas hoje em dia, não sabem que nós dependemos deles, e eles de nós, sem eles como tomaríamos um café na entrada ou na saída de nossos empregos,ou para poder acordar para o trabalho,lamentável esse comportamento.Enquanto a pergunta,não,nasci aqui mesmo no Brasil,as margens do Rio Tiete,grande vista eu tenho de meu apartamento,é estimulante levantar e ver aquele rio vívido.Estava começando a achar que estava conversando com um lunático,mas não quis ter uma conclusão precipitada ou preconceituosa,mas quem com sã consciência acha o Rio Tiete uma bela visão,quem dirá límpido,é completamente ao contrario do que ele disse,é quase impossível não ficar com o “pé atrás” com um rapaz que fala um absurdo desses.Mas então conseguimos sentar em uma mesa a beira da porta.Logo depois de pedirmos o café,ao lado um casal faz a mesma coisa,mas de um jeito nada educado.O Rapaz se vira bruscamente e solta o verbo:

-Olhe lá como você fala com ela,pois não lembro de você ter empregadas aqui,além do mais todos os seres humanos de bem merecem ser tratados com respeito!Seu café deveria ser cobrado bem mais caro por essa ação mal educada e inconveniente que o senhor teve!O homem que estava sentado sorri ironicamente e diz:

-Olha aqui,eu não em lembro de pedir nenhuma opinião sua,então porque você não senta de novo em seu lugar?Sem pensar duas vezes fui interromper essa discussão,puxei o tal homem estranho de volta para a cadeira,contudo sua fala mudou algo no Cyber,o dono que estava assistindo a conversa virou-se para o mal educado e disse:

-Bom analisando melhor o que o senhor ali da mesa disse,peço com que o senhor trate melhor meus funcionários,com o digno respeito que eles merecem por um atendimento excelente que eles prestam.O rapaz se levanta puxando o braço de sua eventual namorada,e voz alta se dirigi ao empresário:

-Não vou precisar tratar ninguém bem aqui,pois não vou mais voltar para esse boteco,vamos Vanessa!O homem bate nas costas do acompanhante de outro mundo:

-Ele só comprava dois cafés por dia, e geralmente a namorada dele que pagava, que canalha não?Então sai as gargalhadas para o fundo de seu estabelecimento. Antes de começar a conversar tivermos uma apresentação breve e atrasada, em que disse que seu nome era Albert.Nome nada comum,entretanto como já era tudo estranho,por que não o nome.

Continuando a conversa,após um longo silencio dele se saboreando com o café,como se fosse uma iguaria que nunca tinha tomado a sua vida,ou já tinha e não um tão bom quanto aquele:

-Pois é meu caro,tinha esquecido o sabor dessas coisas com gosto de naturalidade,sem tantos agrotóxicos,ou aquelas mudanças que eles fazem para a plantas crescerem mais fortes.

Bom isso realmente me deixou confuso,ele se fala como se morasse aqui,mas como também não morasse –É o café aqui realmente é bom,mas ainda temos muitas coisas saudáveis nessa nação,e vão durar ainda por algum tempo com algumas campanhas que vem crescendo Brasil a fora.De novo sorriu,e me retrucou:

-È,ai que você se engana,o ser humano prefere ter dinheiro que sua própria saúde,prefere leiloar sua vida por um montante de dinheiro,pelo menos foi isso que eu li dessa época.Mas me fale o que você acha desse mundo em que vive.Estranhei profundamente essa frase, “isso que eu li dessa época”,continuei:

-O que todos acham eu acho,pelo menos os que sofrem com todo esses problemas,injustiça,violência,preconceito,estamos perdendo os valores de seres humanos.

-Pois é,foi o que eu pensei,artigos dizem que você se matam entre si,em uma guerra que acontece nas ruas,não só nas ruas,mas na mente de alguém que sofre,vocês escolhem pessoas para representarem vocês,sem ao menos eles os conhecerem,dão seu dinheiro para pessoas usarem,mas foi um dinheiro que conseguiram com dificuldade,se iludem com substancias,que podem causar a morte,que podem faze crianças matarem,a extinção de gentilezas,a palavra obrigado,por favor,com licença,desculpe,cada vez menos ouvidas,seres muitos orgulhosos,que idolatram um pedaço de papel,como se aquilo lhe desse poder,fizesse ser uma pessoa melhor do as outras,vocês agridem os que tem mantém vivos,as florestas,os rios,as enchentes te matam,porém mesmo assim continuam fazendo a mesma coisa,alguns poetas,visionários,de todos as classes,criticavam,mas é como se fosse uma palavras no vácuo,poucos ouviam,imensidões de religiões,mas também imensidões daqueles que falam de um jeito e agem de outro,lamentável.Contudo acordamos,quase tarde,mas acordamos,não somos mas os mesquinhos,não somos mais o povo relaxado do mundo,não idolatramos apenas uma bola em uma gramado,porém foi quase tarde,nossa mínima quantidade de água é visada pelos quatro cantos do mundo,nem se quer mata nossa cede direito,temos que vende-la,nossa floresta não é mais nossa,agora o nome dela é falada em sotaque americano,estamos ajudando a África com nossos alimentos.Agora somos seres humanos.Eu estava quase caindo da cadeira,não conseguia nem se quer piscar meus olhos,a minha mão tremula segurava a xícara de café que derramava ao lado.Gaguejando lhe disse:

-Estou lo...lo..lou...louco!Você veio mesmo de outra época?ou você é que é louco?que esta acontecendo aqui?

-Nada rapaz,isso ainda vocês tem de humanidade,a duvida,tem que ter fatos científicos para provarem algo que aceitem com clareza,pois é,não nasci aqui eu menti,estou por aqui a muito tempo,já fui bastante famoso,e algumas coisas que eu inventei ajudam vocês,ou seja,ainda sou famoso,é muito bom ver isso.Bom jovem,não sou daqui mesmo,vim de longe muito longe,é a primeira vez que eu visito as pessoas voltando pra trás,se é que você me entende.Eu tenho que ir,uma garota me espera.Sabia que as vezes me envergonho de ser o futuro e passado disso.Ele se levantou aos poucos sumindo na multidão.Eu,fiquei pensando naquele nome,Albert,muita coincidência.Estava paralisado.Até que acordo de um sonho tão quanto interessante e engraçado,me levanto em minha cama e me pego envergonhado de ser o presente.

Caio D Tardeli
Enviado por Caio D Tardeli em 29/07/2013
Código do texto: T4410456
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