Você sempre vai ver que houve momentos em que você teve a oportunidade de mudar o curso da sua história...

Estou aqui sentada no meu sofá, olhando as estrelas, confortavelmente, não que o meu sofá seja um dos melhores do mundo, mas é que tudo que preciso agora, é justamente um sofá, um copinho de saquê na mão e três estrelas que vejo, formando um triangulo – será que é amoroso? -para dar asas aos meus pensamentos e me levar pra longe de mim.

Não que o meu sofá seja assim lá um SOFÁ!!! Mas pelos menos não estou com a bunda quadrada, como aquele pensador, do Rodin, que deve tá quadradinha, depois de tantos anos sentado numa pedra, - é uma pedra, não é????!!!!! - mesmo sendo uma estátua. Mas lá está ele, introspectivo, mergulhado dentro dos seus pensamentos....

Mas, eu quero olhar pra fora,, para longe de mim, para a as estrelas, onde seu brilho, em belas noites ofusca nossa visão; umas estão com menos força, outras se esforçam para fazer com que seu brilho permaneça alí no espaço, mesmo sua massa física não existindo mais...

Mas, sua vida foi tão intensa que seu brilho permanece, insiste, persiste em ficar pelo menos mais um pouquinho.

Tudo que queremos as vezes é isso, o silencio da madrugada que nos obriga a escutar as batidas do coração, a respiração, uma falta de sono, um bom vinho...ou ainda, como estou fazendo hoje: refazendo o paladar para saborear um saquê...nem lembrava que gostava tanto assim...puro - mas, por favor, do razoável - gaste um pouquinho mais.

Uma amiga minha essa semana me chamou pra jantar, e acabamos tomando um drink a base de saquê...

Bom, dependendo do assunto e do meu interesse, sou meio metida, sabe? No dia seguinte corri para o mercado e voltei de lá feliz da vida com minha garrafa de saquê...

Bom, mas voltando as estrelas, sabe, acho que é isso que sou.

Quero apenas deixar escrito nas páginas do livro do universo a minha existência, da melhor forma possível.

É claro que nestas páginas não cabem enganos, nem desculpas, pois olhando pra trás, você sempre vai ver que houve momentos em que você teve a oportunidade de mudar o curso da sua história, ou “daquela’ história, mas você escolheu que seria contada assim....

Ora, poder escolher um caminho já é um grande privilégio, mas escrever sua história??!!!

Ninguém poderia assinar sua vida por você.

Ao final, ou no começo, ou recomeço, seja caminhando sobre pedras, ou tomando pedradas na cabeça, você vai ter que dizer: essa história é minha.

Por Angela Soeiro