Bem podia ser verdade

Quando disseram que a Interpol estava na porta, querendo entrar pra conversar com o parlamentar, foi um auê, um sururu, um pega-pra-capar. Sorte do parlamentar que é baixinho e cabe no bolso de qualquer capanga, digo, assessor. Uns ficaram mais indignados que outros e bradavam

- Mas que absurdo, um homem íntegro, político de notória grandeza, que rouba, mas faz. E é isso que importa. Um homem de frases marcantes como a famosíssima “Estupra, mas não mata”. Lindo lindo.

E os que concordavam, mas não muito ou concordavam muito, mas não queriam se expor – afinal estamos falando de canalhas usufruindo de canalhas, e a boca era livre, comes -e-bebes era por conta do Partido. E a confusão armada pra poder desaparecer o deputado por entre a malta engravatada, com toda dignidade do mundo, mas que, na falta do que roubar naquela hora enchia os bolsos de acepipes, só pra não perder a embocadura. E o cara da Interpol, lá, falando um inglês um tanto esquisito, pra não dizer esdrúxulo. Sorte dele que aqueles caras não roubavam pra fazer um curso, estudar e se aprimorar ao menos para ser um patife ilustrado. Eita, exagerei. Sei dizer que como todo bom bandido o parlamentar escafedeu-se e só ficaram os risinhos cínicos do “dever cumprido” dos colegas de ofício. O agente da Interpol? Era um ator de uma emissora de TV, de um programa que tem um prazer danado em infernizar a vida. O parlamentar? Ri a bandeiras despregadas com a divulgação na mídia das suas diabruras. Impunidade, impunidade teu nome é..............

Só um derrame (AVC) coletivo no Congresso ou uma greve geral vai arrumar a Casa.