QUEM REALMENTE MATOU A FAMÍLIA NA VILA BRASILÂNDIA EM SP? ACHAMOS OS CULPADOS!

Por Mathias Gonzalez

Detesto fazer crônicas funestas, mas é meu ofício falar. Nasci para isso e não me calaria agora diante deste fato que choca a todos nós. Desta vez serei breve.

Há quem acredite que foi que foi o adolescente de 13 anos chamado Marcelo que matou os parentes na noite de domingo, dia 4 de agosto de 2013 ou na madrugada de segunda-feira. Segundo as investigações até o dia de hoje (09/08) o menino teria dopado os familiares, fuzilado todos eles e depois pegado o carro da mãe e dirigido até a escola, passado a madrugada dentro do veículo, frequentado as aulas de manhã e voltado de carona para casa e se após isso, se matado. Simples assim. Cirurgicamente arquitetado, sem deixar grandes vestígios. Coisa de cinema.

Não preciso detalhar mais sobre o assunto, mas resumo aqui a cena macabra, descrita pela polícia. Quem foi lá, ficou petrificado, plastificado com a visão do inferno.

A família foi achada em casa todos com tiros certeiros na cabeça. O matador sabia o que estava fazendo. Os mortos foram: Luis Marcelo Pesseghini, 40, sargento da Rota. A mulher era cabo do 18º Batalhão. As demais vítimas moravam na casa nos fundos: a mãe dela, Benedita Bovo, 65, e a tia-avó Bernadete Silva, 55.

Existem especulações diversas. Já se soube que o melhor amigo de Marcelo, afirmou à polícia que, em diversas ocasiões, ele havia lhe dito que planejava matar a família e fugir.

Esse amigo disse: "Ele sempre me chamou para fugir de casa para ser um matador de aluguel. Ele tinha o plano de matar os pais durante a noite, quando ninguém soubesse, e fugir com o carro dos pais e morar em um local abandonado'". Outra coleguinha de rua, disse que quando Marcelo gostava de ficar brincando de atirar em quem passasse em frente a casa dele, posicionado como um franco-atirador de sua janela. Os depoimentos já constam nos autos.

Temos que ser frios nessa hora. Temos que nos ater aos fatos, sem paixões ou fantasias. Câmeras de um imóvel na rua do Stella Rodrigues, colégio particular na Freguesia do Ó, registraram o Classic cinza da mãe do Marcelo sendo estacionado à 1h25 da madrugada. Por volta das 6h23, o menino sai dele e vai para o colégio.

Nas mãos do jovem, a polícia não encontrou pólvora. Mas no carro da família, no entanto, foi achado um par de luvas que será periciado na tentativa de encontrar algum vestígio. Coisa de profissional. De quem está acostumado a assistir CSI - New York, Bones ou Elementary, séries de crimes e criminosos, mais famosas da TV mundial.

Segundo os investigadores, Marcelo tinha diabetes e fibrose cística, doença degenerativa sem cura que pode levar a infecções, problemas digestivos e morte na idade adulta - mas não havia indicação de nenhuma alteração psiquiátrica. Segundo os professores e colegas do menino, ele já havia reclamado da doença.

Assim, tiro as minhas conclusões, como ex-investigador policial e filho de delegado de polícia, que conviveu desde a infância com todo tipo de crime e suas justificativas, como psicólogo clínico (especialista em distúrbios mentais), como professor e como pai de adolescentes: quem cometeu o crime não foi apenas o MARCELO, foi a sociedade, foram todos aqueles que:

- Criam e distribuem para todos que desejarem, muito mais filmes e jogos de violência, do que filmes educativos;

- Têm que têm o dever de criar leis que inibam a publicação de material ofensivo e pernicioso e não o fazem pois estão lucrando com isso;

- Deixam armas de fogo ao alcance de crianças e os ensinam a atirar;

- Criam e divulgam em sites da Internet, formas de dopar, mata e limpar cenas de crime para evitar rastreamento;

- Estão mais preocupados em ensinar matemática, física, geografia e língua portuguesa aos alunos, para que sejam "alguém na vida", ganhem dinheiro e sejam famosos, em vez de ensinar mais respeito ao próximo, amor ao outro, amor à vida;

Eu poderia escrever mais cem páginas dizendo o que penso, mas acho que não vai adiantar muito. Milhões de pessoas estão cegas ao acharem que os "inocentes" filmes infantis onde os personagens se agridem, jogam bombas uns nos outros, fazem armadilhas, torturam e perseguem os demais, não influenciam o comportamento de uma criança. Estão enganados. Bastaria que uma só criança tivesse seu comportamento modificado a ponto de cometer uma tragédia como essa, para que tais filminhos fossem proibidos e criminalizados. Bastaria uma única vítima inocente para que medidas radicais fossem tomadas para extirpar da nossa civilização o culto à morte, o culto ao crime, o culto à barbárie como forma de autopromoção. Os filminhos e filmões induzem crianças, jovens e adultos a tais excrescências, a tamanha brutalidade.

Desde crianças, estamos acostumados a ver a morte, os crimes, banalizados, tornado "coisas comuns", algo natural. Só quando um crime dessa natureza acontece é que alguns se dão conta que neste exato momento seus filhos, sobrinhos ou netos estão largados diante de uma televisão ou acessando a internet recebendo os poderosos bombardeios das induções subliminares ou diretas - recebendo verdadeiros cursos de formação de futuros exterminadores. Eles só precisam ter acesso às armas e isso está mais fácil do que se pensa.

Por falar nisso, o que seu filho, sobrinho ou neto está assistindo agora? Você já se sentou com eles para assistir os filminhos ou ver o que eles vêm na Internet? Eu sugiro que você o faça antes que seja tarde... isso se já não for.

Mathias Gonzalez é psicólogo e escritor

www.somenteparamulheres.com.br

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MGonzalez
Enviado por MGonzalez em 09/08/2013
Reeditado em 09/08/2013
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