COMPORTAMENTO BIPOLAR

O comportamento humano é algo que sempre me despertou curiosidade em compreender. Tarefa nada fácil, uma vez ser bastante subjetivo. Entretanto, entender – mesmo que só um pouquinho – tem sido minha luta diária. Provavelmente por eu me achar, desde menina, diferente de meus pares.

Então resolvi recorrer aos estudiosos do comportamento humano como Sigmund Freud, Vygotsky, Emília Ferreiro, entre outros, além de ter o privilégio de contar com amigos psicólogos e psicanalistas. Como também ter me especializado em Psicopedagogia.

Entre as observações que fiz, a que mais me chamou a atenção foi que, por traz de um comportamento inadequado socialmente, normalmente há uma patologia sem diagnóstico elaborado. E isso é a minha preocupação porque trabalho em escolas há 27 anos e tenho presenciado muitas crianças e jovens serem rotulados como más por apresentarem comportamentos diferentes, desinteressados e agressivos. Ser vista como má pesa muito no desenvolvimento da personalidade de uma criança e na formação de um adolescente. Como melhorar o comportamento ouvindo apenas criticas?

Entre estas patologias, uma poder ser o distúrbio bipolar que é uma forma de transtorno de humor caracterizado pela variação extrema do humor entre uma fase maníaca ou hipomaníaca, que são estágios diferentes pela gradação dos seus sintomas, hiperatividade física e mental, e uma fase de depressão, inibição, lentidão para conceber e realizar ideias, e ansiedade ou tristeza. Juntos estes sintomas são comumente conhecidos como depressão maníaca. Existem indicativos de fatores genéticos, e o estresse é o principal desencadeante, podendo ocorrer em qualquer faixa etária, mas a média de aparecimento é por volta dos trinta anos. As pessoas alternam ciclos mais ou menos graves de depressão e humor exaltado (mania ou hipomania). Podem existir ou não características psicóticas, dependendo da intensidade do distúrbio, tratamento e evolução.

Por isso, quando o indivíduo não é tratado vive a vida como se estivesse numa montanha russa, variando o humor de forma tal que não consegue um ponto de equilíbrio. E isso o prejudica nos vários aspectos de sua vida: familiar, escolar, amoroso, social...

Hoje em dia existem uma série de medicamentos denominados estabilizadores do humor e antipsicóticos que trazem grandes melhoras às pessoas acometidas, podendo ter, na maioria das vezes, bom curso e prognóstico. O grande problema ainda é o preconceito em procurar um profissional que entenda deste assunto e possa tratar o paciente, no caso um psiquiatra ou psicanalista. Isto porque nossa sociedade ainda não assimilou que a cabeça faz parte do corpo. Portanto, também adoece.

Quanto mais cedo o portador do distúrbio bipolar começar o tratamento melhor. Evitando assim maiores danos ao indivíduo e à sociedade. O ideal seria que nas escolas houvesse profissionais competentes para diagnosticarem o problema e fizessem o devido encaminhamento ao profissional compentente.

É sabido que grandes nomes da história mundial eram ou são bipolares como Van Gogh, Cazuza, Cássia Kiss e tantos outros.

Daí a pergunta: Quantos talentos não estão se perdendo em nossas escolas e acabam sendo completamente destruídos nas cadeias superlotadas que assistimos, naturalmente, nos noticiários?

E nós apenas os enxergamos como marginais.

Fátima Feitosa
Enviado por Fátima Feitosa em 15/08/2013
Reeditado em 15/08/2013
Código do texto: T4435219
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