Amigos

Eu sempre fui um cara muito apegado aos meus amigos.

Todo final de verão era realmente muito triste pra mim, eu não queria sair de perto dos meus amigos da praia. Na estorinha a seguir eu tinha aproximadamente 9 anos de idade e era um final de verão.

Estava me despedindo do meu melhor amigo. Então ele me contou que sua mãe tinha me convidado para passar a última semana de férias com eles. Fui correndo todo alegre para casa perguntar para meus familiares que, em aproximadamente 0.37 segundos, me responderam “Nem pensar”. As lagrimas tocaram o chão 0.37 segundos mais o tempo que leva para cair em queda livre a altura de uma criança de 9 anos.

Eu chorei feito uma criancinha, chorei mais e mais um pouco. Pedi, pedi de novo e por fim implorei e implorei. Saber que eles não mudariam de opinião (por mais sem sentido que fosse) me machucava muito.

Por fim eles me perguntaram por que eu queria tanto ficar mais tempo com meu amigo. E eu respondi: “Porque eu amo ele.”. Mal sabia eu que essa frase seria motivo de piada por muitos anos da minha vida.

Pulando 13 anos, agora vos conto uma estória mais recente.

Esse final de semana encontrei meus melhores amigos (tão melhores quanto o da história anterior). Estar entre amigos de verdade é provavelmente a coisa que mais gosto dessa vida. Enfim, foi um fim de semana mágico, daqueles de rir até acordar no outro dia com dor muscular na cara.

Na despedida dei um abraço em cada um. Peguei meu carro e fui o primeiro a sair. Buzinei duas vezes e vi acenos e sorrisos. Não tinha nem saído do sítio e já estava chorando, chorando como um homem. No fundo eu estava implorando para ficar, eu queria muito ficar, eu queria ficar mesmo. No meio de tantas lágrimas eu lembrei a estória anterior e percebi que, pra mim, a piada nunca teve graça.