Deus me livre sempre do ciúme

E, de repente, assim, de sobressalto mesmo, pego-me perdida em um sentimento desconhecido (talvez nem tão desconhecido...).

A coisa se deu assim: um evento, duas razões para justificar sua ausência. Uma inquestionável: problemas familiares. A outra, dita por engano, em uma traição do pensamento, era um compromisso. Vale a ressalva que a primeira, na verdade, era um arremedo da segunda.

A questão toda residia em uma palavra: compromisso. Quem tem compromisso certamente não tem reunião, também não tem trabalho, também não tem aula, também não tem várias coisas nomeáveis. Incrivelmente, ou coincidentemente, quem tem compromisso costuma ter algo inominável a fazer. Se quem tem compromisso é um homem... bem, reza a lenda que esse compromisso costuma andar de saias. Não necessariamente uma amante, uma namorada, um rolo. Pode ser uma ex-qualquer variante, ou um flertezinho para massagear o ego, ou uma amiga de longas conversas reservadas. O fato é que para os olhos de quem vê: homem esquivo com compromisso... é, certamente, além de saias, o TAL compromisso usa saltos altos. Pode, também, o referido homem estar esquivo simplesmente porque ninguém pode ver homem sorrindo ao lado, ou melhor, de frente, para um compromisso de saias e saltos altos que já vai logo pensando em um compromisso futuro sem saias e sem saltos (a permanência dos saltos vai do fetiche de cada um!).

Junte-se a isso uma repetição. Algo que denuncie um hábito ou um... errrrr... COMPROMISSO fixo. Naturalmente que agenda fixa é algo sério. Ninguém ocupa seu tempo repetidamente com coisas banais (ou eu estou fora de moda?). Ainda mais, ninguém dedica seu tempo de forma exclusiva para algo sem muita importância. Exclusiva sim. Do tipo que ignora celular e clamores. A esta altura, o nomeado compromisso, porém não mais pronunciado como tal, vira um inominável encontro. E encontro... bem... encontro é sempre encontro. Pode ser um amor antigo, daqueles que não passam nunca, mas que também não evoluem, pode ser um flerte tesudo, do qual não se pode perder a chance de fazer uma boquinha ou duas, pode ser uma amizade querida e próxima, do tipo de proximidade coxa com coxa ou qualquer outro desses prováveis e impalatáveis.

E dos devaneios, em encontros e desencontros, com desejo retesado, brota e floresce, sem precisar de sol nem de água, a flor de cor mais intensa: o ciúme. Ah, tá! A gente esquece tudo mesmo... a história do ciúme ser vaidade, que o amor só vive em liberdade, que ninguém é de ninguém... Vá tudo pro inferno e que o diabo que os carreguem!!!

A sorte é que tudo não passa de devaneio. Imagina quanta gente não vive situações semelhantes!!! Deus me livre sempre do Ciúme (amém!).

Fica aí esta crônica baseada em fatos transcendentais! Se eles refletirem coisas passadas na vida real, foi erro de interpretação!

Lisandra Pingo (Lilly Pingo)
Enviado por Lisandra Pingo (Lilly Pingo) em 26/08/2013
Código do texto: T4451827
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