BOI DE CANGA
BOI DE CANGA
São três juntas. A guia, que vai á frente tem o Diamante, a fazer par com o Topázio, dois dos grandes e mansos como gatinhos no balaio. A do meio, que segue depois do pigarro do carro tem o Dourado que se atrela ao Malhado, que malha tem nada não; e, são novos, ainda de precisão de amolecer o pescoço pelo esfrega-esfrega da canga e dos canzis. No cabeçalho, que sustenta o peso do carro, tem o Brinquedo que se canga com o Rolete, também grandes monstrengos e mansos de manha.
Uma beleza de se ver, os seis a fazer força no arrasto do carro cheio de cana; que depois de engenhada apura-se na rapadura e umas poucas arroubas de açúcar.
Com o peso da cana, o carro canta no seu chiado agudo, que faz o boi de canga dar o passo ritmado e preciso. Sem a cantoria do carro o boi se perde no espaçamento entre os pés; erra no bamboleio da anca, faz força desnecessária, atropela a si mesmo, cada boi se individualiza e acaba-se a harmonia.
O carreiro fica triste e a donzela chora.