Literatura póstuma
As palavras são as pontes entre o agora e o jamais; e a ponte entre o nunca e o para sempre? Os amantes conhecem bem de perto esta ponte, pois ela é invisível, mas às vezes visível e se iguala ao dia e a noite.
Ainda não consigo lhe dizer se o melhor êxtase é quando estou na boca dos críticos ou se o melhor êxtase é quando estou nos braços dos leitores, mas ambas as situações me conduz ao êxtase! Minhas ficções são extasiantes quando se tornam suas realidades.
Oncotô? O poeta é o porta-estandarte da teoria do absurdo, a amálgama dos utópicos, ou seja, o poeta e o porta vós de todas as artes.
Quando eu vi o rosto do amor ele estava iluminado, percebi que eu estava em um terreno sagrado e ali eu não devia brincar.
Deitado no leito do mar fico a imaginar: e se não houvesse o berço do rio a vagar pelas ruas a procura da lua.
Nas vertentes de minha vida sou um agricultor das palavras. Que maravilha, meu cobre-leito é um lençol freático e no trajeto sinuoso de um ribeirão estou procurando as notas musicais de meu violão!
Sonhos, devaneios e precipício
Quando essa mãe menina, essas palavras, essa obra prima vem me visitar, passando por Canudos não me atrevi a aconselhar-me com Antônio Conselheiro. No mundo da pegação é preciso muita emoção e para as coisas acontecer é preciso beber!
Descobri que o amor é surdo e cego e que não segue regras. Se você me escapole das mãos amanhã o sol não aparecerá e eu sofrerei de solidão.
Meu Deus por que tem que ser assim, uns chegam pra subir, outros chegam pra descer? Cansado da procura não a encontrei, porque estava procurando você.
Palavras são a indústria do saber!
Meu coração alado só voa sem sua direção!
- Paixão a dança da dor! Um filme de terror, assim é o amor.
- Beber na fonte das palavras!
- Revolução das palavras.
Conversar com a magia das flores, elas transcendem os conhecimentos, ao tentar a plenitude da criação!
- A concepção da dor!
Quando amadurecemos no conhecimento, voltamos para o céu, nascem novas vidas missionárias.
- Para conversar com as pedras só através da epifania.
Tributos do amor
- Um coração apaixonado desconhece todas as razões, segue em todas as direções à busca de soluções para causas impossíveis. Embriagado pelo êxtase da estupidez ele volta outra vez no marco zero, inconformado com sua viuvez desafia o desconhecido.
Em seu desespero seu último gesto verdadeiro galopa num desfiladeiro na busca do precipício tentando virar o jogo afoga-se em suas próprias lágrimas. Em seu túmulo haverá uma coleção de lenços. Morte da vida? Não! Vida da morte?
Vida e morte ou morte e vida do amor?
À noite os vaga-lumes acendem suas lanternas à busca de seus amores! Eu aqui dentro desta cisterna à busca das flores.
Aqui nesta cidade ninguém mais fala em virgindade, será que estas mulheres todas nasceram frouxas! E aqui nos jardins do parque desta cidade os jovens não aparecem mais para namorar, neste espaço não se vê mais beijos e abraços! E dizem que já existem órfãos de pais ainda vivos!
E neste regaço a literatura chegou aos pedaços! Você está vendo, o mundo é muito pequeno, pois voltamos a nos encontrar!