CHUVA NA CIDADE

O céu que cobre a nossa cidade der repente fica escuro, é um temporal que se aproxima, o barulho do vento descreve toda a grandiosidade desta chuva, dentro de alguns minutos derramará neste solo ressequido uma quantia considerada deste líquido que tanto necessitamos; a chuva!

Nós estamos à espera desta benção maravilhosa, os telhados estão preparados para receber estas gotas que se multiplicarão em milhares de milhares de pingos e transbordará as caneletas e encherá o reservatório.

Rapidamente! Em fração de minuto um clarão no céu, ai parte-se uma nuvem ao meio com um raio luminoso! Um relâmpago anuncia um grande estampido, um grande estrondo que faz tremer as vidraças, o som do trovão ecoa por todos os vales, as copas das árvores se curva com violência e o vento forte até leva pedaço destes galhos que arremessa ao chão com grande impacto, os leitos das ruas ficam alagadas com as enxurrada desequilibrando quem insistiria atravessá-la, e quem foi pego de surpresa pelas ruas ficaram molhados, os guardas chuva não estavam suportando a pressão do vento que varria tudo.

Daí alguns minutos o céu azul volta a fazer presença sobre nossas cabeças, as nuvens carregadas que regava a terra foi se esvaziando e se afastando deste local, a brisa refrescante toca nossa pele com um refrigério gostoso e nossas narinas hora percebia o aroma das folhagens encharcadas, até impregnadas da umidade, hora sentia-se um forte cheiro de terra molhadas.

Logo aparece no céu um desfile em forma de bando de aves que voam como se tivessem tentado alcançar a chuva que já ia longe, podia se perceber a branquidão dos pingos lá nos confins das planícies dos campos verdejantes, mas aqui visto pela minha janela ouve-se o cantar de um solitário bem-te-vi no alto do pinheiro com seu canto insistente repetindo várias vezes que havia visto algo: - BE-TE-VI, BEM-TE-VI, BEM-TE-VI.

Antonio Herrero Portilho/23-11-10