Esfriamento global

Ao chegar em casa, depois de matar um pouco a saudade dos “filhotes”, fiz aquela perguntinha clássica para meu filho – tem “para casa”? (já certa de ouvir um sim). Bom, então, mãos à obra. Hoje, para variar, tínhamos que recortar palavras com “U” e “u”. Começamos então a folhear algumas Super Interessantes antigas (que ainda guardo justamente para esse fim), em busca das tais palavrinhas. Página vai, página vem, deparei-me com um título que chamou minha atenção. “Esfriamento global”. Um título desse quando se fala tanto em aquecimento chama mesmo a atenção. Pensei logo em ler a matéria. Minha primeira atitude foi conferir a data da revista, 2001. Então destaquei a página e continuamos com o “para casa”. Pronto, palavras achadas, tarefa cumprida.

Agora vamos ao esfriamento. Em resumo, a reportagem descrevia que o planeta ficou mais escuro devido à poluição. Poluição essa que gera o efeito estufa impedindo que o calor da terra saia, daí esse aquecimento descontrolado hoje. Mas o mais importante seria impedir que o calor entrasse. Sabemos que cores escuras absorvem o calor do sol, enquanto as claras o refletem de volta ao espaço. Portanto, haveria um jeito de lutar contra os efeitos nocivos do aquecimento global. Adivinhem qual? Tornando o planeta mais claro. Como? Pintando estradas, cidades e aeroportos de branco. Segundo Russel Seitz, do Centro Olin de Estudos Estratégicos da Universidade de Havard, Estados Unidos, se fosse possível “branquear” cerca de 520.000 quilômetros quadrados da superfície terrestre – pouco menos que o Estado da Bahia – reverteríamos de uma vez só todo o aquecimento provocado por nós desde a Revolução Industrial.

Será que essa matéria tem algum fundamento, ou serviu simplesmente para preencher mais uma página da revista. Poderá mesmo ser uma tentativa de amenizar o problema do aquecimento? Tudo será branco e o aquecimento será resolvido, que maravilha! Mas branco mesmo é o que acontece na cabeça dos políticos e economistas que ainda pensam que economia e meio ambiente são questões antagônicas. Eles devem achar que os recursos naturais são infinitos.

Fico um pouco atormenta em saber que o colapso para o qual estamos caminhando, impedirá meus netos de sonhar com dias melhores, se é que meus filhos terão o direito de sonhar.