Crônicas da música

Cante e dance que dará!

Tem um show lá no alto da montanha! Todos estão dizendo que vão. Você é o cantor? Prazer... Bom show. Você se encontra no vale, não no da sombra da morte; no vale das luzes, o tranquilo. Mas, de repente! As luzes se apagam; há rumores de muita chuva; começam a surgir filetes de água por toda a encosta; à sua frente, ráios estilhaçam pedras em derredor; bem no centro do vale, em meio a ráios e trovões, surge algo como um clarão que se debate; é uma barragem que estoura! Ai ai ai... E agora... Não há tempo para ser arrastado Esse momento é único, você se agarra em alguma coisa que pode ser árvore ou pedra, o que importa? Tem que ser firme e decisivo que a correnteza não tem coração. Fica submerso por um bom tempo até dar a impressão de que vai se afogar; Mas, ao conseguir levantar a cabeça, vê troncos de árvores, pessoas, animais e utensílhos sagrados sendo arrastados. Você pensa: "estou bem, graças a Deus" e a água começa a baixar; a natureza com aquela cara lavada, diz: "não foi nada", vai, vai! Todo arranhado, nu ensopado; Ainda existe a barreira da lama; escorregando, se arranhando, perdendo unhas e dentes, você chega ao topo; desanimado e triste. Quando abre os olhos: vê os sobreviventes, não sei se são, mas só pode ser; todos têm a cara da esperança. Você sobe no palco e canta como se nunca tivesse sofrido, mas também pode ser o último show, quem sabe não haverá amanhã? Pelo menos agora as luzes voltaram e a tempestade se foi. Aqueles espíritos são sagrados e a música alimento para as suas almas. Canta! Canta! Canta! Levanta a sua vóz! Senão as pedras é que vão cantar! Seu violão é espada na boa guerra. lute! Cante, dance que a vida fica "Odara", tudo fica jóia rara. Dance e cante que dará.