Salvo pelo youtube
A pequena Avanca, ao norte de Portugal, orgulha-se de ser a cidade natal do cirurgião António Egas Moniz, o primeiro português que, em 1949, recebeu o Prêmio Nobel de Medicina. Na atualidade, é reconhecida por sediar a Conferência Internacional Cinema – Arte, Tecnologia, Comunicação. Em julho deste ano realizou a sua 4ª edição, reunindo investigadores acadêmicos, diretores, atores, críticos, técnicos, cinéfilos, entre outros, chegados de todos os cantos do mundo, apresentando filmes e trabalhos sobre a arte e o pensamento do cinema.
Foi o terceiro ano consecutivo que Rodrigo, meu filho, participou deste grande evento. Na ocasião, uniu o útil ao agradável. Antes de participar da Conferência ele passou uns dias em Évora, onde já havia morado, quando músico, aproveitando para rever seus amigos Chico Fialho, Paulão, Domingos e suas famílias. Para tocar com os parceiros durante as “petiscadas” e “jantarinhos”, decidiu levar seu violão que trouxera, há muitos anos, de uma viagem à Sevilha.
O que é bom, no entanto, dura pouco e chega o dia de voltar ao Brasil. Quase tudo transcorreu normalmente não fosse o imprevisto na alfândega do aeroporto de Confins. Um fiscal, notando que o violão era importado, exigiu a sua nota fiscal. Mesmo explicando que era um instrumento que o acompanhava há muito tempo, ele não aceitou a justificativa e deixou claro que se não provasse que era dono do violão teria que pagar uma pesada multa. Sem muita conversa os agentes da fiscalização foram para o computador verificar na tabela a marca e o modelo do violão para calcular o valor da multa.
Atônito, Rodrigo disse ao fiscal que era, na realidade, pianista e que o violão era só um passatempo e que este nem era um instrumento de alto valor. E a solução do problema foi procurada por um outro fiscal que, ao ouvir a conversa, procurou por seu nome no You Tube, sem encontrar, contudo, nenhuma referência. Rodrigo alertou-o então de que seu login era “rodfroes” e que, das várias músicas postadas, de sua autoria, apenas uma era executada ao violão. Pediu licença e acessou o link, mostrando para os fiscais a música que compusera em 2009 para a enteada - Ludmila, a menina que ilumina - no qual via-se bem que era aquele o mesmo instrumento que ele portava ali, no aeroporto. Foi a salvação! Os fiscais até apreciaram a música e Rodrigo, livre da multa e refeito do susto, reconfortou-se com as lembranças dos bons momentos musicais que passara com os amigos lusitanos.
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Frei Dimão não concorda com os inocentes namoros no portão. Porque será?
Então queriam dar punição
culpando o inocente violão
mas é pelos namoros de portão
que lhe exijo já já a confissão.
Frei Dimão
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Frei Dimão, no portão sinto-me uma adolescente. E este véu não é coisa de antigamente?
Pra gozar as primícias do céu
lembra bem deste bordão
cobre a cabeça com um véu
e evita o namoro de portão.
Frei Dimão
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Ontem queria seguir os seus sábios conselhos, Frei Dimão, mas só que chovia e namorar na chuva a gente adoece. Tem que haver uma outra solução.
Liberei namoro de portão
como você já bem sabia
porém com a condição
de namorar só de dia.
Frei Dimão