O monólogo

O tédio me pediu permissão para entrar. Eu, sem forças, permiti, assim como fiz com todos os homens que passaram em minha vida. Porque até ele pode ser meu amigo. Ou claro, meu pior inimigo. Quantas vezes, talvez por ironia do destino, ele me fez companhia quando menos precisava: pessoas ao meu redor espalhavam-se ; ali, naquele momento, ele era a única “pessoa” em quem eu me apoiava. Loucura? Pensamentos inundavam-me com uma força absurda. Ao observar os casais sendo casais, fazia um relatório(mentalmente) dos que tornaram-se, para mim, mais do que amigos.

João era o típico “homem para casar”. Qualidades sobressaíam sobre defeitos em milésimos de segundos. Eu, tola, odiava. É. Vivia reclamando que não poderia existir pessoas assim, que, claro, deveria existir um segredo violento que o atormentava a ponto de não respirar mais. Ele me dava aquele sorriso branco, acariciando meus cabelos. Eu, tola, odiava. Até o dia em que terminei, alegando estar feliz e segura demais.

Nicholas, exatamente seu oposto: rebelde por essência, sempre me colocava nas mais inseguras certezas. Eu, mas é claro, amava. A adrenalina correndo em minhas veias fazia com que eu sentisse segura, mesmo estando, lá no fundo, aterrorizada. Talvez com ele eu enfrentasse meus próprios demônios( meus eus mais obscuros).

Mariana era linda. Dona de uma personalidade marcante, conquistou meu coração sem antes mesmo de eu me dar conta. Sim, uma mulher. Fazíamos amor todas as noites, com a sensação de ser a primeira vez. Seu toque macio formava a melodia mais marcante. Eu ansiava por sua presença 25 horas por dia.

Não vou entrar em mais detalhes porque cada lembrança é como se fosse uma presença infinita na sala do meu apartamento. Acendo um cigarro para me livrar da confusão, enquanto meus olhos escaneiam cada canto.

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 25/09/2013
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