Ser ...O quê?

Navegando na internet encontrei em uma página algo muito interessante. Um site de noticias, muito bem atualizado, que tinha no mesmo edital, ou seja, na mesma página, lado a lado, duas noticias que aguçaram a minha atenção.

A primeira matéria tratava de uma crueldade sem igual, um cachorro havia sido morto, por um homem sem coração, que atou o bicho pelo pescoço e o matou sob forte tortura. O sujeito foi preso pela policia e estava aguardando os tramites policias na cadeia.

A segunda matéria tratava da morte de um homem, que depois de brigar com a namorada, saiu, bebeu e foi fazer uma serenata para a amada, quando chegou à frente da casa perdeu o controle do veiculo e derrubou o portão. O pai da namorada, assustado, achou que o cara estava jogando o carro contra a sua casa e atirou e matou o seresteiro.

O que essas notícias tinham em comum? Nada. Mas houve algo que assaltou a minha atenção quando acabei de lê-las.

Na primeira noticia, todos os comentários pediam justiça, prisão ao assassino de cachorro e até um caso de pedido de pena de morte.

A segunda noticia tinha muito menos comentários e todos os comentários eram maldosos ou irônicos. A grande maioria tinha um teor depressivo para com o morto e com o assassino.

Não veria qualquer relação nestas duas matérias, se não fosse o fato de que encontrei dez comentários, de dez usuários, que haviam comentado também a noticia anterior, inclusive o mesmo que pediu pena de morte pro assassino de cachorro e comentou a seguinte frase: “acabou-se o som da viola.”

Fiquei me perguntando: Será a morte de um cachorro, por mais cruel que seja, mais importante e séria do que a de um ser humano?

Não estou dizendo que aqueles dez usuários da internet, refletem a opinião de toda a humanidade, mas me faz pensar sobre as nossas prioridades. O que é relevante? O que merece nossa atenção e indignação?

Sinceramente, quando percebo que as pessoas estão dando mais atenção aos animais do que aos seus semelhantes, sinto náuseas e percebo o quão demagogo e falsa é nossa vã existência.

Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 28/09/2013
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