O vento e o leão

Como alguém que esqueceu que o segundo semestre já esta avançando implacável e frio, sentei me tranquilo na varanda e por entre as folhagens verdes, neste momento douradas pelo sol desta radiante manhã, contemplei o infinito azul distante.

E por um instante me senti um homem rico, por ser dono do meu tempo, o que se valorizado em termos financeiros significaria uma verdadeira fortuna nesta fase da vida. A mente ainda condicionada pela noção capitalista de valor, traz a advertencia de que nada tem valor por si mesmo e que o valor de cada coisa é determinado pelo valor de outras coisas. Então me recordei do filme O vento e o Leão e das palavras de

um Sheik interpretado por Sean Connery, ditas para a mulher do embaixador americano, interpretada por Candice Bergen, a qual ele havia sequestrado e pela qual se apaixonou logo depois, ao ser inquirido por ela se ele não temia a represália do exercito americano contra seu pequeno país, ele respondeu : Se não existe nada pelo qual vale a pena perder tudo, então tudo vale nada.

Ocorreu me de perguntar me pelo que eu trocaria todo o tempo de que disponho agora? Uma verdadeira fortuna. Então usando das artimanhas que aprendi em décadas de convivência com os profissionais de finanças e de contabilidade, pensei em diferir todo o empo que me resta , calculando pela perspectiva de vida atual entre quinze e vinte cinco anos, em segundos, frações de segundos. e então viver intensamente cada momento. Por isso agora acordo pela manhã dou

bom dia ao dia e deixo que a poesia me desaposente.