A festa não tem hora para acabar

Confesso achar que este mundo esta perdido. Não sou daqueles cidadãos cheio de pudores, mas impudico, não. São três horas da tarde, horário em que poderia estar lendo um livro, minha senhora assistindo aos dominicais, mas estamos aqui a caminhar, contemplando o ar puro exalado por essa riqueza verde, ainda preservada pelo poder público. E como amantes da democracia não admitiríamos qualquer atitude que violasse essa conquista humana. Mas para tudo há um limite. Gritaria no prédio até altas horas tudo bem, mas não me venham ferir ao direito do cidadão e muito menos emporcalhar à cidade que tanto amo.

Sujeira nos canteiros já disseram que iriam recolher, mas até hoje nada. E isso foi um dos tópicos de campanha do atual prefeito. Monumentos históricos vandalizados, obras inacabadas pela ineficiência pública, assaltos acentuados em bancos e os pedestres que agora sofrem com os pequenos marginais. Pode? É claro que não! Viadutos descaracterizados e uma porção de mendigos nas ruas, alguns em situação de desespero, outros usufruindo da bondade alheia.

Na praça aos fundos do meu prédio dormem vários andarilhos, homens e mulheres. Bebidas, drogas e ausência de comida caracterizam o bando que até hoje foi tolerado. Mas os nossos direitos precisam ser preservados e aos nossos jovens um futuro digno deve estar estampado em suas imaginações. Chamei a polícia, sim! E chamarei quantas vezes fizer-se necessário. Semana que vem faremos uma coleta de assinaturas para retirada desses desocupados daquele local, pois as cenas de sexo explícito vistas nesta tarde foram um abuso. Vários desses homens se utilizando de uma menina. Tinha os seus vinte anos, mas submetendo-se aos caprichos de homens barbados. Eles foram presos, mas em seguida foram liberados, pois o flagrante não existiu. A polícia chegou tarde como na maioria dos acontecimentos. Os homens voltaram para a praça e a garota também... Só que agora com mais duas amigas. Parece que a festa deverá continuar.