Descrença

Há algum tempo que deixei de acreditar que Deus castiga, que a vida dá voltas, que aqui se faz e aqui se paga, que a polícia vai prender ou que a justiça vai prevalecer. O que eu acredito agora é que quem te fere não perde, nem por um segundo, o direito de ser feliz.

O que te resta é enxugar tuas lágrimas com as costas das mãos (é, ninguém vai e trazer um lencinho), limpar tuas feridas, sacudir a areia do corpo de cada rasteira recebida e seguir em frente, mais forte, mais safo e provavelmente um pouco mais triste, mas seguir.

E o tal do perdão? É só um passaporte pra Terra dos Otários, já cansei de visitá-la, talvez eu aporte na Terra da Justiça Com as Próprias Mãos e, se gostar, talvez eu resida por lá.