VELHA PAINEIRA

Eu a conheço em sua imponência.
Está ali, ao lado de minha morada.
Tem ao menos 60 anos
e mais de 20 metros de altura.
Foi plantada ainda em tenra muda.
Plantada pela professora,
no terreno daquela antiga escola rural.
Seus galhos majestosos abrangem
grande extensão.
Na primavera, as folhas se abastecem
do verde escuro da fotossíntese,
que ao vento brando da manhã,
dançam aos olhos que a miram.
Seu tronco grosso também tem a capacidade
de sintetizar clorofila e tem a coloração
esverdeada até quando alcança certo porte;
isto auxiliando em seu crescimento,
mesmo quando está despida de folhas.
Espinhos muito ponteagudos crescem
na parte baixa de seu tronco,
provavelmente como defesa de insetos.
No verão, os galhos majestosos
recebem pássaros que gorjeiam incessantemente.
Abriga em seu topo casas de João de barro
que veem ali um lar propício
ao abrigo das intempéries.
Seus frutos são cápsulas verdes, que,
quando maduras, rebentam expondo
as sementes envoltas em fibras brancas
que auxiliam na flutuação da paina.
No outono, as folhas cansadas
se projetam ao solo, formando
um tapete de musgo amarelado,
enquanto os frutos vão crescendo,
para que...
O inverno chegue e estejam preparados
para desabrochar em plumas brancas
que se espalham ao sabor da brisa,
por todo o meu vale.




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Moly
Enviado por Moly em 17/10/2013
Reeditado em 17/10/2013
Código do texto: T4529552
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