A vendedora de doces
Ela entra no ônibus sempre sorrindo com uma caixinha de doces. Seu sorriso é sem dentes, mas irradia uma vontade enorme de vencer. Vai de um em um, oferecendo as balinhas com seu discurso preparado. Poucos aceitam. Nem eu mesma jamais comprei alguma, mas ficamos amigas só de esperar no mesmo ponto a condução. Quando ela desce, sempre oferece alguma ao motorista e ao cobrador, que aceitam! Que vontade de viver ela tem. Que vontade de sobreviver. Eu a admiro, sinceramente, a senhora vendedora de doces.