Morte Dimensional

Quando um grande orador dissertou acerca das dimensões para as quais alguns seres vivos estão "mortos", fez todo o sentido pensar sobre como estamos todos nós morrendo para a dimensão dos relacionamentos natos entre seres humanos. O tal orador disse que uma rosa está e permanece estática e “morta” para a dimensão da brincadeira com um novelo de lã, mesmo sendo a rosa um vivente. Já um gato, outro vivente, embora em outro aspecto de vida, não está estático ou morto para a dimensão lúdica, o que o faz brincar com o novelo. Este mesmo gato está “morto” para a dimensão literária quando um livro de poesia é posto do seu lado. Já o ser humano não. E muito embora o cosmonauta Iuri Gagarin na década de sessenta fosse um humano vivo e tivesse adentrado o espaço sideral quando da famosa corrida espacial, este humano decretou sua “morte” para a dimensão espiritual ao afirmar: "olhei para os lados e não vi Deus". No entanto hoje, após quase cinquenta anos desse evento onde se pode observar o início do avanço tecnológico em que a humanidade viveu, a tecnologia, mais uma vez, se faz presente na mais nova declaração de “morte dimensional” do homem, a morte para os relacionamentos simples, informal ou formal, declarada através das redes sociais que faz do longe perto e vice-versa. Na verdade esse novo relacionamento não se trata mais da convivência entre os humanos, mas sim entre humano e máquina. Contudo, não obstante tudo isso é ainda possível o desfibrilamento de nossa quase morte. É ainda possível um acordar para nossos encontros entre seres da mesma espécie. Sem tarifas de serviços de pacote de voz ou dados, ainda nos é possível uma conversação ilimitada, daquelas onde as risadas não são os mentirosos "kkkk's", onde o abraço, o joia, ou o beijo é mais que um mero emoji. Vivamos todos nós para o próximo, para o distante, para nós mesmos e para Deus.

Harlen Ribeiro
Enviado por Harlen Ribeiro em 23/10/2013
Reeditado em 28/01/2024
Código do texto: T4538935
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