MULHERES DAS SEIS

Pequena e rudimentar era a cozinha onde a mãe todas as manhãs preparava o café no fogão a lenha, em cuja frente e no chão havia uma chapa de metal, que suspenderia as brasas, evitando a queima do assoalho gasto e corrompido

Era grande a felicidade da filha, nas noites que dormia na casa da mãe, madrugar sentindo cheiro do café novo e ir aconchegar-se junto daquela que significava muito. A mãe!!!

O café feito era quase que praticamente pra filha, pois a mãe já estava tomando o primeiro, dos muitos chimarrões que seriam tomados ao longo do dia. O horário era cedo, em torno de seis horas. Madrugada. Mesmo nome da erva mate que a mãe usava, e que prá sempre ficaria na memória da filha.

Enquanto os demais familiares ainda dormiam, as duas curtiam de um prazer inenarrável. Ali, no amanhecer do dia, naqueles instantes dourados, eram revelados pequenos segredos e eram permitidos até comentários sobre os demais membros da família. Havia muita intimidade entre as duas. Nem parecia tratar-se de mãe e filha, e sim de um encontro de almas.

A mãe partiu de repente, e com a filha órfã ficou a lembrança das madrugadas e das mulheres das seis ...

*Mãe és hoje uma estrela me guiando

nas madrugadas da vida!!!***

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 26/10/2013
Reeditado em 27/10/2013
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