LOU REED PARTE - minha homenagem

Hoje é dia do funcionário público, segunda feira 28 de outubro de 2013. Pouca importância tem isso pra mim que segui de manhã para meu trabalho alheio do tempo que o calendário, não consultado, registrou. O prédio vazio, as salas vazias. Como esqueci “o trem noturno para lisboa” na minha sala faço o resgate do livro e ganho um tempo papeando com os vigias, também funcionários, mas não públicos. Dos jornais, sobre o balcão, vem a notícia da morte de lou reed astro pop que pavimentou parte da estrada de muitos outros ídolos que também a minha caminhada. Adolescente eu amarrava lenços sobre a calça na altura dos tornozelos, desfazia calças para transformá-las em jaquetas, untava a cabeleira que tinha e alongava as ideias num grito gótico punk que não tinha nome, desconhecia qualquer movimento, marx e Luther king. Se os panteras negras morriam ou explodiam vitrines em protestos contra o racismo e a guerra isso não era comigo. Da minha parte era o sangue que fervia nas veias punks de um menino doce que nasceu punk. Lou reed chegou depois, bem depois. Um encontro que justificou a falta que fez, sem saber eu já imitava o compositor de perfect day ouvindo duas tribos do legião. As palavras “velvet” e “underground” fecharam um circuito pra mim quando assisti “blue velvet” do diretor david Lynch e, então, mergulhei no azul, no universo paralelo da cultura pop. Gosto de música e transito entre gêneros, épocas e estilos sempre como surdo que aprendesse a ouvir. Faço aqui minha homenagem à lou reed que não é apenas musico, compositor “transformer”, não, lou reed é uma crônica dos dias da minha mocidade que chegou ao bom termo do desencarne – deixa de ser um texto- melodia para se tornar mito. Mais um passo, mais uma palavra: agora meu astro é mesmo um satellite of love.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 28/10/2013
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