Em 2/11. Quem somos nós?

Hoje o dia amanheceu sombrio e triste, com cara fechada. Parece até entender o seu desígnio. Nenhum mercado aberto para se comprar iguarias, nenhum barulho de moto ou carro, dos que saem para o trabalho. Nem os passarinhos que vem comer aqui todas as alvoradas apareceram. Em fim, um feriado católico, apostólico e romano, bem típico da hipocrisia religiosa. Em que pese ninguém falar do assunto, o ser humano tem um fascínio subliminar pela morte. Não criou um dia sequer para falar dos que recebem a luz, mas para os mortos sim, perder a luz, para o homem é tragédia. O homem tem medo de admitir que ´não passa de uma equação matemática do grau mais fajuto; ou seja: pó da terra + fôlego de vida = alma vivente; Logo, alma vivente – fôlego de vida = pó da terra. (mortinho da silva). PDT + FDV = AV. LOGO, AV – FDV = PDT. Só isso, mais nada, parece até partido político quando parte. Aquelas caras de Maria Madalena arrependida que fazemos quando morre uma pessoa querida, é muito mais de consciência do que somos e da certeza do nosso destino, do que qualquer outra coisa; muito mais manifestação de egoísmo, por termos perdido um foco de prazer, do que sentimento de perda por amor. Quem ama aceita o inevitável, principalmente quem tem amor por si mesmo. Deveríamos sim, promover o amor a todo custo, enquanto estamos juntos, depois, pode ser tarde para o prazer da companhia da pessoa amada.

C. M.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 02/11/2013
Reeditado em 02/11/2013
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