Diário de Sonhos - #049: Campo de Trigo com Corvos

Sonhei que estava na festa da Natália e do Zé, mas ao invés de ser na casa deles, era lá na chácara da minha mãe, em Sorocaba.

Era um dia ensolarado, e ainda não havia chegado ninguém. Eu conversava com o vizinho do lado, cuja casa era a exata reprodução da nossa, mas ao contrário, como se fosse um reflexo de espelho. Conversávamos sobre instrumentos musicais e ele tentava me vender uma guitarra.

Agora estou caminhando pelas estradas de terra. Olho em volta e não há nenhuma casa até onde a vista alcança. O terreno sobe e desce em ladeiras e mais ladeiras. Em determinado momento percebo que estou no meio de um enorme campo de trigo. Um homem caminha ao longe, de costas pra mim. Ele usa um chapéu de palha e leva uma pesada mochila. No exato momento que ele desaparece no horizonte, corvos levantam voo e infestam a paisagem. Na hora me lembro do quadro "Campo de Trigo com Corvos" de Van Gogh. Eu estava dentro do quadro e aquele era Van Gogh.

Agora é noite e estou de volta à chácara. Finalmente a festa começou. As pessoas estão todas espalhadas pela rua. Converso um pouco com a Natália. Vejo o Zé e o Marcelo bebendo e rindo noutro canto. Decido entrar um pouco em casa, mas a rua de terra na frente da entrada está toda destruída e cheia de poças d'água. Um verdadeiro lamaçal. No outro lado da rua há um enorme terreno que está sendo revirado com tratores e outras máquinas (e elas não fazem nenhum barulho, está tudo silencioso). A rua começa a tremer e uma enorme fenda surge. A rua cede e um gigantesco buraco surge em frente à minha casa. Imagino que a culpa é desse vizinho da frente. Vou ter com ele, mas o homem fala numa língua que eu não consigo entender. Parece árabe. Volto pra casa conformado pensando "vizinhos folgados".

Três de novembro de dois mil e treze.

Renan Gonçalves Flores
Enviado por Renan Gonçalves Flores em 03/11/2013
Código do texto: T4555122
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.