Páginas em branco

Página em branco de frente para mim, sempre foi assim; hoje será que falarei de mim, ou falarei sobre você? As páginas em branco molhadas de meus prantos que me acalentam, ou às vezes me atormentam, mas sem as páginas em branco não consigo caminhar, pois os vendavais não conseguem me levar.

Os festivais de emoções que chegam ao meu coração embalam-me nestas canções que os ventos estão a assobiar. Sempre me surpreendo dizendo que não aceito mais os desafios dessas melancólicas páginas em branco, principalmente quando tenho que abordar temas tão comuns do cotidiano. Quando deduzi que o amor morreu ele aparece no bairro do alagadiço, ou até mesmo nos cortiços, às vezes até lá nos points da mídia, outrora eu disse a ele: vai embora, não quero te ver mais, tudo ficou para trás e veja o estado de meu coração, pois quando eu pensava que todas as situações estavam seguras em minhas mãos o titulo que estava na primeira página em branco era “esqueça”.

Parece uma coisa atoa, mas esquecer de coisas maravilhosas e boas é um pouco complicado, mas sinto um enorme solavanco quando olho para aquela maldita página em branco e ela está a sorrir para mim! As páginas em preto são momentos raros que me custam caro! Quando as utopias vêm me visitar.