A memória ( engraçado)

A memória

Ando com uma forte propensão ao esquecimento, como sabem moro em uma área de chácaras e a distância média entre minha casa e o comércio mais próximo deve equivaler-se a uns sete quilômetros, penso eu, já que nunca me indignei a medir e esqueço de ver pela quilometragem do meu carro. Não sei se algum de meus leitores moram em áreas rurais como eu, mas os que moram, bem sabem de algumas coisas nem tão bucólicas quando assistir estrelas na escuridão total ou o raiar do sol nas manhãs por entre folhas e bem-te- vís...

Como por exemplo, acabar o gás ha exatos trinta minutos da chegada de amigos para almoçar, ou pior ainda, aquela hora em que você tem certeza de ter um envelope de analgésicos para dor de cabeça, mas quando averigua sua caixa de medicamentos, e diga-se de passagem isso as 23hs, percebe que só resta ar naqueles buraquinhos todos usados!

Portanto entre essas e outras coisas, é muito útil ter memória quando se mora longe da cidade. Dia desses, eu já prevendo minha distração habitual, genética e irrestrita, peguei um papelzinho e anotei tudo: Feira e tudo o que D. Maria tão gentilmente me ditou, e que se fazia necessário comprar, a lista era mediana, eu acho...E aproveitando a brilhante ideia da lista,

Fui até o galpão, e falando com o sr que me ajuda aqui e que deve pensar que eu sou uma lunática completa, de tanto que eu peço a ele, para me lembrar as coisas quando estou saindo, e não as nove da noite quando durmo e esqueço tudo! peço-o que me repita tudo que ele quer e vem pedindo uma coisa cada dia e nada chega por pura falta de memória minha!

Lá, a listinha crescia, entre venenos de cupim, ( que bicho sabido! na ultima vez que colocamos o sr, me falou que o bichinho colocou a cara para fora da casinha e acenou dizendo, trás mais amanhã?) , outro ciscador, que por sinal deveria ser vendido em cacho como uva, que coisa para se estragar rápido! nossa...e outras coisinhas mais.

De posse da utilíssima e fundamental listinha, e a segurando com um carinho como se ela fosse um livro de Lispector, volto para a casa grande. E penso: agora sim! hoje eu resolvo tudinho...!

Vou ao banho, lavo os cabelos, troco de roupa, converso umas besteiras com Dona Maria que adora rir de minhas sandices, pego a bolsa e parto.

Para minha sorte, estão passando máquina na estrada, e embora seja muito útil este serviço, no dia em que ele acontece é um verdadeiro caos!

eu acho que estes senhores que dirigem essas imensas máquinas que mais parecem uma Maria farinha bêbada( tipo de carangueijinho comum aqui) deveriam fazer um treinamento sobre linhas retas, pois eles saem arrastando tudo que margeia a estrada, ai é tijolo, coco, pedra, pau...( é o fim do caminho, é um resto de...pára de cantar Márcia! volta para o texto!)

Sim, desculpem, ai é isso, lá vou fazendo malabarismos excepcionais com os pneus disso que dizem ser um carro ainda, até chegar na cidadezinha. Sigo direto para o mercado já que eu tinha que comprar muita coisa lá, estaciono, como sempre feliz cantarolando, e vou procurar a lista no tabelie do magnífico espécime de metal, o qual ouso dirigir!.

_ Cadê amigos? Cadê a lista?!!!

em casa claro! em cima da mesa da sala, local em que eu a deixei antes do banho...

Certa vez ouvi dizer que é Ginkgo biloba é bom para isso, será? e eu vou lembrar do nome quando for comprar?!

...é, ta ficando difícil...tchau amigos.

Márcia Poesia de Sá.

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 08/11/2013
Código do texto: T4562176
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