HOMENS CHORAM E AMAM

O dia internacional do homem é celebrado em todo o mundo no dia 19 de novembro e no Brasil no dia 15 de julho; seja em qualquer data, é sempre uma boa oportunidade de chamarmos o nosso “escafandrista” interno e mergulharmos fundo em nossos sentimentos enquanto gênero masculino da espécie humana. Havia publicado uma crônica neste nosso recanto com o título de “Medo de Amar” uma resenha do artigo do psiquiatra Roberto Shinyashiki que voltamos a destacar resumidamente algumas partes do referido texto que dizia: “Num mundo tão materialista, muitos indivíduos sentem-se envergonhados de amar, como se fosse algo ridículo e tolo. E, no entanto, somos seres nascidos para o amor e, quando o negamos, estamos dizendo um não à nossa própria essência. E por que tantos negam o amor? Sabemos que amar alguém pode provocar uma sensação de fragilidade e dependência; a presença do outro se torna vital, e a possibilidade de ser abandonado fica tão ameaçadora que, em geral, as pessoas optam pela saída mais fácil: permanecer sozinhas”. No texto nos referíamos à essência do ser humano claro. Dizem por aí que homens não choram. Chavão mais que démodé, ultrapassado, mas que ainda é uma referência como diz a letra numa canção de um grupo de rock “Homem não chora nem por dor nem por amor... Meu rosto vermelho e molhado é só dos olhos pra fora todo mundo sabe que homem não chora.” Grande engano, e pior são aqueles que acreditam aqueles que se dizem homens, mas não tem coragem de expressar seus sentimentos através de suas lágrimas. São pessoas que mesmo que suas lágrimas curassem o câncer, não teriam coragem de coloca-la para fora. Simplesmente por não querer demonstrar “fraqueza”, ou apenas por querer seguir a risca as leis dos homens da idade da pedra, os quais eles colocam como modelo de “Macho Alfa” perfeito. Podemos dizer que durante milênios em que se formou e se desenvolveu a civilização a sensibilidade do homem foi intensamente reprimida em função do papel atribuído ao homem na família e na organização social denominada patriarcal. Sendo o papel do homem e o da mulher codificada em função das atividades do lar e da sociedade e sendo as funções do lar atribuído às mulheres, enquanto o homem permaneceu com o poder social, a competição profissional para prover a família, o exercito e a guerra. Desta maneira, podemos compreender melhor a diferença entre a homo afetividade e a homossexualidade posto que a homo afetividade inclua a amizade entre as pessoas do mesmo sexo e não necessita ser sexualizada. Não ter vergonha de admitir seus sentimentos e quais são estes, é um sinal de hombridade. Muitos homens perdem tempo e energia tentando esconder suas emoções, não admitindo que amam. A sensação de falso controle sentimental que temos quando escondemos de todos um amor, ou qualquer outra emoção, é apenas um sinal ainda maior de fraqueza emocional. Muitos homens hoje em dia acham incrível tratar mulheres igual lixo, estes mesmos enchem a boca pra falar que não possuem sentimentos por mulher alguma. Os mais vulgares até dizem que tem o coração em outro lugar, o qual não vale a pena mencionar aqui e agora. Mas a culpa não é só dos homens, pois é fato que este é um problema do ser humano como um todo. Parece que gostamos de ser pisados e que odiamos ser amados, mas é claro, não é uma máxima, sempre há aquelas exceções. O amor, mesmo quando não correspondido, nos dá um novo sentido para a vida. É um sentimento tão belo que não deveria ser escondido, mascarado ou obstruído.

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Novembro Azul.

Você Poeta com cinquenta anos ou mais, seja Homem. Faça o seu exame de próstata. Não deixe seu preconceito te matar; e você Poetiza dê força incentive a fazer o exame por amor a você.

Jô Pessanha
Enviado por Jô Pessanha em 14/11/2013
Reeditado em 19/11/2023
Código do texto: T4570750
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