Um bêbado apaixonado.

Entonação, essa que levo a minha palavra tão minúscula. Perco-me nos bares de cada esquina, em cada copo cheio que em sua maioria já se encontram vazios. Quem dera eu ter sido um Tom Jobim, acabaria tornando meus minutos de bebedeira em momentos líricos onde enfim faria inúmeras composições com suas juras de amor prediletas. Quem dera ter sido Tom, um profundo conhecedor do “amar”. Quem dera.

Encontraria-me com Vinicius e aguardaríamos a musa de Ipanema passar, e assim começaríamos a compor, a debater, a cantar. Mas não há garota de Ipanema que supere a beleza desses seus olhos castanhos, esses que não te deixam mentir cada vez que me vê.

Volto a me encontrar nesses copos às vezes cheios às vezes vazios, mas são neles que te busco quase todas as noites, todos os dias em praticamente todos os mundos e o triste é saber que te encontro em todas as horas, dia ou noite, só não a encontro em meu mundo. Sempre longe dele. Inalcançável.

Talvez a idealize demais, apenas pelo o simples fato do teu sorriso me deixar tonto a ponto de me viciar de tal maneira que me faça sempre querer te fazer sorrir, até gargalhar. Tão viciante esse seu encanto.

“Desce mais uma”. Frase vaga, mas é o que eu digo agora. O garçom já me olha torto, porém trazendo-me mais uma rodada de puro refugio, uma fuga breve desses pensamentos que me rodeiam.

Evelyn Varella
Enviado por Evelyn Varella em 15/11/2013
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