O adeus que não sai
A noite, duas horas após o pôr-do-sol, está ele a escutar sua Radio Russa e escrevendo como se fizesse aquilo todo dia. Preso em pensamentos escreve e reescreve, pensa no por que estar fazendo aquilo e continua.
Apesar de querer falar de tudo, prefere simplesmente escrever do escrever. Nada além disso ele faz neste momento. Tenta pensar em algo mais "produtivo" para fazer e percebe que aquilo serve. Um momento onde ele pode descansar e pensar em tudo que ele fez durante o dia, apesar de que ele prefer não escrever sobre o proprio dia. Momento também que ele pode brincar com as palavras, como se elas fossem peças de um quebra-cabeça e ele estivesse formando uma paisagem linda, pelo menos para ele.
Após tanto tempo pensando ele tenta terminar. Ao olhar para o texto, não tem ideia de como escrever o final, então olha para os lados tentando, por osmose, retirar do ar ideias perfeitas para terminar o texto. Mesmo tentando, não surge ideia nenhuma, então ele simplesmente deita na cama para ir dormir pensando "Desculpe, meu caro leitor, eu não sei dizer adeus".