A bela irreconhecida
Acionado para atender um certo enfermo, o motorista municipal se apresentou. Logo se viu de frente com uma família desesperada. Lamentavam a sorte, ora choravam, ora desmaiavam . O enfermo que arrancava tantas lágrimas e sofrimentos, foi encontrado inerte numa rua escura,da pacata cidade, com sinais evidentes de que fora vítima de uma brutal violência física. O corpo todo ferido, sangrando, hematomas pra todo lado, muito inchaço. Estava, pode-se dizer irreconhecível.
Escolheram uma acompanhante da família para acompanhar a vítima até o hospital da capital, devido a gravidade do caso. A vida desta pessoa estava por um triz. Na pequena cidade não havia aparelhos suficientes para avaliar e diagnosticar a paciente. Com muito choro e demora, a acompanhante entrou na ambulância e se posicionou ao lado da sua querida cunhada.
Uma técnica de enfermagem também entrou na ambulância e partiram às pressas.
Na metade do caminho, o motorista foi convocado a parar a ambulância. Ele, assim procede.A acompanhante desce afirmando:
_ Moço, o senhor desculpa eu, mas houve um tremendo engano!
_ Como assim?
_A paciente não é minha cunhada. Desconfiei, e pude verificar melhor aqui junto dela. O perfume que esta mulher usa me dá enjoo, é Tabu. Minha cunhada é pobre, mas só usa importados. Minha cunhada tem uma tatuagem de pombo no braço, esta mulher tem um dragão. Foi um terrível engano. Me leve de volta pra casa, por favor.
O motorista conduziu a acompanhante até a rodoviária mais próxima para que ela retornasse aos seus, e prosseguiu a viagem. Deixou a paciente, que continuava desacordada no hospital público da capital e nunca mais teve notícias da mesma.