Perco o sono.
Na maioria das noites é saudade.
 Aquela saudade doida da vontade do ter do tocar, de sentir
o perfume e de acariciar.
 Não sei bem se é acariciar ou ser acariciada. Carinho é tão bom de dar
quanto de receber. Um completa  o outro . Eu diria que é quentinho
mesmo em dias de calor aquece o frio da alma .
Só quem já sentiu sabe como a solidão é gelada e a presença é quente, restauradora
completa e refrescante.
A mente perde o desconforto e dormimos tranquilamente sem aquela
falta estranha, que toma nossos sentidos.
 Definir a saudade é algo que tentamos mas mesmo a saudade é
diferenciada, depende do dia. Dos sentimentos que amalgama o
 ser inquieto e frágil.
A dependência espiritual e física de alguém que esta dentro de nós
 e ausente numa  presença forte e marcante.
 Nossos atos sofrem uma estranha mutação e nos vemos sendo aquela
pessoa em atos e pensamentos como se fossemos apenas um,
simbiose do ser, do querer.
 Que vai alem da compreensão e nos arrebata ao mundo dos sonhos
realisados ou não
 Tentando revive lós para abafar a falta que esta presença amada nos faz.
 Lágrimas e risos, certeza e medo do amanhã esperado e desejado.
 No silêncio da noite nos faz prisioneiros desta masmorra fria e cruel.
 A vontade do estar sempre sem ter como realizar e o futuro e nunca
 saber  em o que  existe na  mente do amado.
 Surge as duvidas e as perguntas Por quê? Quando, será?
 
 Ninguém responde. E a mente continua a passear e desviamos para
 a certeza dos momentos lindos, vividos e que alimentam os sonhos
e faz sorrir... Sorrir com gosto de espera incerta.
Saudade doce estranha e amarga que bebemos em taça transbordando
 e viciamos nelas
Mundo passado tentando ser o futuro.
 Saudade sentimento não palpável mas visível
Pelas marcas escritas nos olhos e no sorriso.
 Pássaro de azas quebrado tentando alcançar o infinito sonhando voar.
  Abre as azas rumo ao sol e tenta decolar como uma Águia em terreno
 plano e vê que suas azas não podem mergulhar no azul .
Falta o espaço entre as azas e o chão.
No cansaço de tantas tentativas tomba a cabeça agonizante pela tristeza
e cansaço  desfalecendo com os últimos raios do sol.  
Sabe que sem luz não pode voar .   Não é ave noturna como coruja
é apenas um Pintassilgo que ao amanhecer saudara o sol na
 esperança de alçar o voo desejado e cantar  a canção da esperança .
A lua nasceu em sangue pelo vermelho do céu sem estrelas , sem luz.
As nuvens tomam o céu. Lagrimas da natureza caem a terra com seus
 gritos ecoando pelo trovão em quanto os raios de luz cortam o horizonte
em terrível tempestade...
    Olho a janela e as gotas escorrem em minha imagem refletida ...
É minha alma que chora.   Aos poucos vai serenando... Apenas o orvalho
e o maravilhoso esplendor das gotas translucidas escorrendo nas folhas
 verdes, parecem esmeraldas transformadas em diamantes.
 Saudades do meu canto. Saudades do meu ninho...
Rola em meus olhos uma lágrima e me transporto ao mundo dos sonhos
Onde não existem barreiras nem saudades, apenas a presença do amado.
 Silencia minha alma, abraço meu urso e durmo feliz .
 Utopia ao amanhecer...
Amanhã será verdade e matarei esta saudade.
Estarei no meu canto em meu ninho. Adormecerei feliz

28 de Novembro de 2013
03:20