SÓ PARA COMEMORAR

Para meu milésimo texto no Recanto, gostaria de postar uma crônica à altura, porém estou sem inspiração. Penso nos mensaleiros, na arrogância desses corruptos que em vez de ficar quietinhos no xadrez não param de perturbar a nossa paciência. Já roubaram mais do que o suficiente, passaram anos a contribuir para o atraso do país e ainda querem posar de santinhos e injustiçados... e tirar mais vantagens. Mas não é sobre eles que pretendo escrever.

Todo ano, por essa época, temos as confraternizações. Outro dia estive em São Paulo num agradável jantar com meus antigos colegas para comemorar os cinquenta anos da nossa formatura do colegial. Os homens de cabelo branquinho e as mulheres elegantes, bem conservadas. Só eu mesma com a cabeleira prateada.

Na próxima semana terei um chá com as amigas aqui da cidade para o qual planejamos o ‘amigo secreto’. Um pouco diferente, pois ainda não sabemos para quem vai o presente. Lá na hora é que haverá o sorteio, assim deve ficar mais emocionante. Mais pela folia, pois combinamos apenas uma lembrancinha, algo de uso pessoal ou que sirva para a casa. Vou levar umas toalhinhas de rosto, que sempre são úteis. E por falar nisso, no dia em que fui procurá-las havia uma em oferta e ao tocá-la achei bem mais macia que as outras. Não querendo presentear ninguém com ‘oferta’, trouxe-a para mim. Ao chegar em casa é que descobri o porquê da diferença, ela é importada da Índia, país com tradição em bons tecidos. Lembrei-me, então, das moças vestidas com belos saris, e de pedra na testa, que eu vi circulando pelas ruas de Londres, o que me deixou maravilhada. Na época eu tinha vinte e poucos anos, não havia tv em cores, internet nem em sonho e o mundo ainda não era globalizado. Foi uma surpresa e tanto!