É

É confuso. É vida. É mais um ciclo que se renova sem a minha permissão. É impossível que não reste nada. É bem provável que você volte para buscar o que ficou. É melhor que traga as chaves. É que tenho andado um pouco. É a mesma fechadura. É que ainda não tive tempo de mudar as coisas. É custoso, sabe? É como se eu deixasse de ser eu. É também uma boa opção. É olhar em volta e respirar seu cheiro, que logo se esvai. É comprar seu sabor preferido de sorvete. É um medo de perder. É bobagem porque, sei, já não tenho. É esperança. É a lembrança do que se disse. É a lacuna do que você calou. É um “some” estampado na esquina. É que você nem foi lá me procurar. É o fim. É que acabou. É a última lágrima antes da última que prometi. É isso. É ponto final. É, mas ainda não acredito. É assim, sozinho, de agora em diante. Foi. É.