Morre Paul Walker, veloz e furiosa ironia

“Estrela dos filmes "Velozes e Furiosos", Paul Walker morreu na noite do último sábado (30) em um acidente de carro em Santa Clarita, no norte de Los Angeles, nos Estados Unidos. A equipe do astro confirmou a notícia pelas páginas de Twitter e Facebook do ator... Ainda não não foi divulgado como foi o acidente. Porém, de acordo com fontes do site "TMZ", ele estava em um Porsche que bateu em um poste ou uma árvore. Após a batida, o automóvel de luxo teria pegado fogo.” ( Famosidades )

Algumas ironias envolvendo pessoas famosas chamam atenção; lembro o caso do ator Christopher Reeve que fazia no cinema o Superman, capaz de salvar ao planeta com seu poder, e ficou tetraplégico ao cair de um cavalo. Agora, a ironia ressurge no triste sucedido em ralação a outro ator americano.

Certo é que todos temos um quê de fantasia, o qual, mantido em seu devido lugar é saudável. Dessa fonte jorram poemas, filmes, esculturas e toda sorte de feitos artísticos; mas, quando fantasia e realidade se fundem, a última acaba cobrando um caro pedágio.

Certo é que Paul fez uma série de trabalhos como ator; mas, o que o tornou mundialmente famoso foi sua participação em “Velozes e furiosos”. Segundo o xerife local, a alta velocidade do Porshe onde viajava com um amigo contribuiu para o acidente, posto que seria o amigo que estaria dirigindo. Com apenas 40 anos, no auge da fama, sai de cena ironicamente num acidente de carro.

Seu nome, de certa forma identifica todos nós. Paul, e a forma inglesa de Paulo, que vem do grego, onde significa, pouco, ou, pequeno; daí, a palavra paulatino, que quer dizer, pouco a pouco. Walker, entre seus muitos significados em inglês significa caminhante, andarilho. Se avaliarmos a espécie humana abstraída a febre da presunção, somos todos pequenos andarilhos, formigas sobre o planeta. Isso não devia nos incomodar; entretanto, a maioria tudo faz por lograr fama, reconhecimento, riqueza.

Também aí, nos ringues da fama, a ironia desfila seminua com ring girl; sim, quando anônimos tudo o que querem é ser conhecidos; quando famosos, ocultam-se ridiculamente como fez o panaca do Justin Bieber com um lençol, para não serem reconhecidos.

Me ocorre uma frase de Einsteisn: “Tente ser uma pessoa de valor, não de sucesso.” Apesar de mui sábio esse conselho, a maioria ainda sonha em ser “veloz e furioso”, digo, um astro.

Cá onde vivo, Soledade RS, tem um anúncio de uma faculdade cujo slogan é: “O primeiro passo para o sucesso.” Contudo, sem nenhum demérito ao conhecimento, acho que a formação moral, a escala de valores correta é ainda mais importante. Até porque, se alguém mesmo pobre e anônimo, desfilar na passarela da vida saindo do outro lado com a “ficha limpa”, a meu ver, fará um estrondoso sucesso; se não aqui, do outro lado será honrado por anjos.

Ora, a maioria dos “feitos” dos heróis do cinema são inverossímeis, possíveis apenas nos efeitos especiais; são crianças brincando de faz de contas, só que crianças grandes, e brincadeiras perigosas. Mas, ouse o cinema produzir obras com o escopo da difusão de valores, morais, filosóficos, espirituais, e verá o que acontece com a bilheteria. Com tais brinquedos a maioria recusa brincar.

Então, mesmo lamentando a morte do jovem ator, ocorre dividir esses pensamentos para que nos amoldemos mais à realidade; afinal, quem melhor se adequa e valoriza o que o cerca, menos corre atrás do que não precisa. Como diz uma estrofe de uma música de Arnoud Rodrigues: “Eu aprendi com esse índio do Uruguay; que a vida é de quem corre menos, em busca de mais”. Façamos, pois, nossa travessia no passo do gado, como fez Jacó.