Lapidação

Por vezes, me pego pensando o quão diferentes de nós são as pessoas que mais amamos. Aquelas que mais nos rodeiam, mais nos auxiliam, mais nos fazem companhia.

São exímias na arte de fazer parte de nossas vidas. Mas, por vezes, temos nós é que nos adaptarmos ao trejeito diferenciado, ao sujeito, ao predicado todo revirado, se comparado ao nosso mundo.

Então, desdobramo-nos para que tudo permaneça harmonicamente, para que nada fuja do denominado habitual, em órbita.

Ouvimos uma música mais às nossas avessas, vestimos uma roupa nada a ver conosco, passamos uma borracha aqui, uma demão de tinta ali... E quando vemos, estamos nos auto lapidando. Tentamos moldar melhor um detalhezinho qualquer de cada qual que nos cerca. Mas, nem percebemos que somos nós moldados ao bel-prazer de quem nos rodeia.

E acabamos nem vidro, nem diamante. Um ser inacabado, sem aquele brilho que deveria ter toda e qualquer pedra preciosa. E apenas nos tornamos, no máximo, uma pedrinha semipreciosa, daquelas compradas em barraquinhas, em estandes de rodeio, ou de quermesse.

Vamos aniquilando-nos, e não chegamos nunca ao objetivo anteriormente almejado. O que acabamos por concluir é que fomos idiotas, um tanto de tempo considerável.

Mas, somos assim. Idiotas por natureza. Por essência humana. Por burrice carnal. Somos quase nada e nos achamos capacitados a mudar o que quer que seja além do próprio nariz. O que não é bem real.

Perdemos tempo. Todavia, um dia, num piscar de olhos, numa música mal ouvida, numa leitura mal sentida, percebemos que ninguém lapida nada. Nem vidro, nem diamante. Nasce-se pronto! Sem precisar de qualquer instrumentação que modifique qualquer faceta que seja, por menor que for.

Portanto, pare de se auto lapidar! Isso é idiotice. Das grandes.

Pense nisso e saia buscando o que lhe agrada, mesmo que isso não lhe agrade totalmente a alma. Afinal, não somos de todo perfeitos, nem estamos de todo felizes.

Estamos. Como previsão meteorológica, como estação do ano. Simples assim.

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 17/12/2013
Código do texto: T4615736
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