Tio Pumba, (Tio do meu marido e tio-avô das minhas filhas).

Houve uma época que era a minha pedra no sapato, bebia

demasiadamente e enchia-me a paciência até o limite, não

nego, imaginava que a vida sem ele seria uma dádiva! Mas o tempo foi

passando e eu entre brigas e pazes fui aprendendo a conviver com o

que ele não conseguirá mudar até o fim dos seus dias, mas vi

melhoras...

Seus cabelos ao longo de quase 20 anos branquearam totalmente, vi

saúde declinar, as forças se reduzirem e o encurtar dos seus passos.

Tem seu lugar nas nossas vidas hoje. O avô que minhas filhas tiveram.

Não é fácil conviver! É uma pessoa de mente fechada educado na

escola da vida, perdeu seus pais cedo, e caiu no mundo mas sempre

trabalhador, apesar do alcoolismo foi uma pessoa digna na maior parte

da vida, honesto e correto. Não constituiu família, e por isso, morava com um irmão mais novo que morreu em 1998. E por estar sozinho viemos morar com ele aqui no cafofo, assumimos as contas e deixamos de pagar aluguel, assumimos a responsabilidade de cuidar dele como única família que lhe restou na vida. Muitas vezes reclamou e reclamará eu sei, dos meus defeitos, e eu dos dele rsrsr mas acho que começou a reconhecer que nos ter por perto é bem melhor; esses dias

foi ao médico e devido a um problema, o levaram para o hospital, ligaram

e fui lá ver do que se tratava, tinha que fazer a internação. Ficou 4 dias internado e ontem deram alta médica. Chegou e fiz questão que seus documentos e outros pertences estivessem todos lá, conforme achei e ele me disse obrigado uma três vezes, falou que ficou preocupado quando procurou sua roupa e pertences e não achou, devido a ter ficado emocionalmente abalado e delirante não entendia quando explicavam que estavam em casa, mas a preocupação dele acho que era de eu jogar as roupas na máquina com tudo dentro!

Tinha uma passagem para o PR para visitar o irmão, meu sogro, fez até um empréstimo bancário para presentear o povo, sob nossos protestos

porque ninguém se preocupa de ligar para saber se ele está vivo.

Nós nunca exigimos presentes dele, nem esperamos até porque não comemoramos essas datas, falamos pra ele: sua preocupação é ter dinheiro para comprar seus remédios e não ficar dando presente a quem nem lembra se o sr existe. Agora terá que adiar a viagem, tem consulta médica e está com uma sonda.Mas está em casa dormindo na cama dele

e essa é uma das poucas felicidades que a vida lhe permite atualmente.

E nós a postos para sob qualquer emergência, levar ao médico, dar remédios e cuidar dessa crionça que depende de nós, e, bom ou ruim, somos tudo que ele tem em matéria de família.

É tão triste ver que o inverno da vida é doloroso e cansativo...

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Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 18/12/2013
Reeditado em 18/12/2013
Código do texto: T4616370
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