Pra Semana (Postergando)
 
As tarefas cotidianas se amontoam costumeiramente, mas essa época de fim de ano é a desculpa perfeita para empilhar as responsabilidades na correria às lojas para as compras planejadas e as de última hora. Não há tempo para nada e o pouco que existe, mal é suficiente para a finalização das atividades já começadas.

Somos vítimas de nossas frases feitas, de nossa pressa sem sentido, das mesmas brigas de trânsito e das buzinadas nervosas que damos e recebemos em nome de uma pressa desnecessária, estressante, neurastênica e gástrica.
Cumprimos estranhos rituais de presentear sem querer, de doar pela compulsão, de agradecer por mera formalidade, de fazer pactos que sabemos que não cumpriremos... Como o de resolver aquele antigo problema ou o de visitar uma pessoa.

Se continuarmos vivendo essa vida fútil, somente estagnaremos nossa vida e somente acharemos meios de nos permitir postergar nossas evoluções de caráter, adiando aquele pedido de perdão por algo que fizemos, tendo certeza de que evidenciaremos esforços para não repetir...

Precisamos impedir que os afazeres, os compromissos e as decisões da semana passada sejam deixadas pra próxima, quando cheios de resolução, repetiremos a mentira de sempre, mais propriamente para nos convencer, “pra semana eu resolvo”.