Só Queríamos Entender II

Cerca de 240 pessoas morreram no incêndio da boate Kiss em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Acidente com um número de vidas perdidas mais do que expressivo. Infelizmente. Um encontro poético provavelmente não teria a metade desses participantes. E se tivesse, certamente contaria com nomes de peso e fama no cenário poético atual brasileiro. Nada a ver com a importância ou escolha que as pessoas dão aos seus entretenimentos preferidos. Nada mais normal que sejam mais significativos, sobretudo para os mais jovens, um show de rock ou samba, um filme ou uma balada que um sarau de poesia. O que interessa é a segurança do local em que o evento se realiza. Não se lamenta a morte pelo número de pessoas vitimadas, mas pela sua ocorrência. Ainda que seja uma ocorrência. Trata-se apenas de uma comparação. Que nos perdoem se tiver sido infeliz.

Até hoje acredita-se que um menino de treze anos tenha assassinado seus pais, um casal de PMs, para variar no estado de São Paulo, e depois dirigido o carro da família tranquilamente pelas ruas da cidade, como quer a polícia. Que parece não ter levado em conta os possíveis litígios que os pais da criança tiveram com seus colegas de corporação em função de denúncias feitas contra eles pelo casal assassinado.

Como até hoje querem que acreditemos que Celso Daniel, do PT, ex-prefeito de Santo André, e o Toninho do PT, ex-prefeito de Campinas, tenham sido vítimas de morte comum. Quando, no caso do primeiro, oito pessoas que poderiam testemunhar no julgamento dos suspeitos foram assassinadas em série. E no segundo, quatro suspeitos foram assassinados nas investigações realizadas pela polícia. É o que petistas fanáticos querem que aceitemos. Num paralelo com o crime de que foi vítima o P. C. Farias, ex-tesoureiro do governo Collor de Melo, cujo assassinato a polícia e o julgamento final concluíram que não teria passado de um “crime passional”.

E o Amarildo? Onde ele está afinal? Há dias dissemos que o Brasil é o lugar onde se mata mais policiais no mundo. Esquecemos de dizer que é também no Brasil onde pessoas desaparecem por completo, ou são abduzidas, depois de detidas por policiais para averiguações. E onde crianças morrem todo dia nas favelas por balas perdidas (ou endereçadas). Havendo ou não confronto entre traficantes e policiais.

São coisas que custamos a entender. Apesar da maior boa vontade que tenhamos. Talvez seja melhor nem entender mesmo.

Maricá, 22/12/2013

Aluizio Rezende

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 24/12/2013
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