É PLANTANDO QUE SE COLHE

Rivelino era um homem simples, humilde e inculto cuja única escola foi a desta vida ou a da passada. Nunca casara, dizem que foi noivo e tinha até casa montada quando a noiva morreu, de tifo, doença da época. Nunca mais casou. Vendeu a casa, depois construiu outra na qual e partir daí sempre passou a acolher familiares mais necessitados. Pois ele mesmo precisava de muito pouco.

O tempo passava e Rivelino tornou-se o alicerce da família. Quando inquirido como conseguia dispor de recursos para ajudar a todos que lhe procuravam, apenas respondia: "é plantando que se colhe". E ele um simples assalariado continuava plantando sementes de bondade...

Rivelino tinha uma alma de criança, tamanha era a pureza de seu caráter pois entendia que servir era sua missão e que o amanhã traria o que hoje foi projetado. Porém, e no meio de toda essa simplicidade, Rivelino tinha um sonho, um sonho simples como ele mesmo: retornar ao interior e construir uma casa, parecida quem sabe, com aquela que idealizou, lá atrás, com a noiva que partiu pro mundo espiritual.

Foi apartir desse sonho que Rivelino lançou a semente e iniciou a construção da casinha sonhada. Todo o pensamento referente a realização desse desejo, já era uma felicidade. Todo o preparativo para as viagens à cidadezinha pra verificação da obra, já era uma felicidade.

A concretização do sonho de Rivelino estava chegando, mas junto chegou a doença. Avassaladora. Bem mais forte que o corpo frágil do operário, que começou a pressentir o fim e mudou o sonho: queria apenas poder dormir uma noite, que fosse, na casinha simples e de tábua amarela.

Rivelino foi dormir numa casa maior...muito mais rica. Pois com toda a bondade do seu coração, a sua colheita, com certeza, foi muito maior que uma casinha simples e de tábua amarela.....

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 25/12/2013
Reeditado em 28/12/2013
Código do texto: T4625274
Classificação de conteúdo: seguro