CRÔNICA DA SOLIDÃO

Cronica da Solidão

E depois de algum longo tempo a gente percebe que- na maior parte de nossas vidas- estamos sós e a sós, na companhia apenas de nossos sentimentos que permeiam e com simultaneidade nos angustiam e nos provocam uma leve esperança. E não há nada mais angustiante do que isto: um fim só, solitário e saber que mesmo rodeados de pessoas e sorrisos a solidão convive conosco bem acesa, no nosso interior. Somos seres solitários, dependentes da presença de algo ou alguém que faça amenizar os efeitos da solidão em nós. Talvez solidão seja uma lágrima que caiu no meio da escuridão ou talvez ela seja a ida do amor que não voltará mais. Mas não há nenhum ser mai miserável e solitário que o sol. Nasce e se põe só, embora todos o esperem, embora ele seja o esperado por todos os seres e o motivo de mais um novo dia, no entanto no transpassar do dia quase não é notado ou lembrado, por ter se tornado algo trivial. E isso é ruim. Isso é solitário, a rotina é solitária ela nos torna imperceptível. Na verdade existem vários sóis. E em um dado momento teremos que enfrentar um dos menos esperados e um dos mais angustiantes momentos do de nossas vidas: estar a sós apenas na companhia da nossa insuportável presença. Se torna um desafio vencer o silêncio e nos suportar. Já houvem, quem afirmasse que Na solidão é quando estamos menos só..." Ou até mesmo que Amor são duas solidões protegendo-se uma à outra... Há um fundo de singela verdade nelas. O estar só, a solidão pode colher em nós bons frutos, um deles é a experiência de saber que somos capazes de conviver harmoniosamente com ela. Não é ruim estar sozinho. Ironicamente a solidão nos fortalece, nos ajuda a entender que o amor é essencial, que a felicidade estar em estar com alguém. A solidão existe porque existe o amor, e não o oposto. Sim, a solidão compõe a vida, porque é aquela quem nutre as expectativas, quem frustra os sonhos quem amedronta a alma e quem encoraja os desanimados. Dessa maneira, a solidão nada mais é que um dos mais sublimes e ínfimos sentimentos que o homem possa sentir. Nesse vai e vem de dias e horas, nessas idas e voltas da vida, as palavras nascem e morrem de forma solitária e mesmo assim são capazes de transmitirem grandes felicidades. Não impota se se estar sozinho nem se faz silêncio no nosso interior, havia uma pequena menina de vestido branco com pequenas flores amarelas nele, que dançava nas escuras noites entre as árvores de seu jardim, com um singelo – embora explosivo de felicidade- sorriso em seu rosto. E ia dançando ao vento, quase voando de tanta leveza, quase se transformando na própria felicidade, no meio daquele nada. No vazio daquele silêncio. E havia nela toda a felicidade de uma vida, embora sua vida fosse composta de solidão.

WandresonRocha
Enviado por WandresonRocha em 26/12/2013
Código do texto: T4625909
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