Dias Cinzas

Sonhos vão, sonhos vem, aonde tudo é imperfeito. E neste dia tão lindo, olho pro céu e tudo é tão cinza. Não sei mais que cores tem o dia mais lindo, mas me recordo que este dia, você estava tão perto... tão perto que eu já sentia seu calor em minha pele. E tudo era tão certo. Aonde esta as cores do meu dia? É tudo tão claro, mas é como o sabor que já não se encontra – em seus olhos, negros.

Então, aonde esta a cor do sabor que já não sinto... algum ruido que ao longe, clama o eco de meus gritos frios. Sem silencio, eu já dormi sem o seu silencio. Mais de uma vez, choro lagrimas cinzas. E até elas não são como as lagrimas de outros dias... tão cegas, que não deslizam pela minha pele com há certeza do que as fez brotar. Meus olhos claros estão pálidos.

Então, por favor, me abraça perto. Mesmo que seja no escuro. Eu já não quero mais sentir as cores desses seus lábios rosas. Só quero o sabor que possuem. O meu mundo esta tão perfeito e claro, mas já não lembro as cores do dia mais belo. Sempre o espero – no escuro. A garganta que grita não tem mais eco. Mas eu o escuto, mesmo assim, em minha mente que me engana. A quanto tempo estou no escuro, com esse silencio que me consola?

Talvez o dia mais belo seja aquele. Estou tão cego, nesse escuro, e nem sinto o cheiro desse seu toque singelo. Minhas mãos se lembram do seu contorno, mesmo que nunca o sabor venha disso.

Sonhos vem, sonhos vão, e tudo é tão imperfeito. Esse solo amargo, que um dia acalentou o seu suave corpo, enfim. Brota em flores impávidas e sempre tão dramáticas. Aonde esta o certo e o errado? Aonde esta as cores de seu toque suave? Talvez eu lembre do dia mais feio... e tudo era tão cinza. Aonde esta o sabor desse escuro lugar impuro, tão incerto quanto esse peito aberto. Meu peito aberto. Meu coração já não bate mais pelo dia. Mas pelo que ele representou um dia.