RELEMBRANDO VELHAS COPAS

RELEMBRANDO VELHAS COPAS

Copa de 1950:

Foi realizada entre os dias 24 de junho a 16 de julho.

Na seleção brasileira os destaques eram: Ademir Menezes (grande ídolo do Vasco da Gama) , Zizinho , Jair da Rosa Pinto (o famoso Jajá de Barra Mansa) e José Carlos Bauer.

Como na década de 40 não houve nenhuma copa, devido à segunda guerra mundial, a copa de 50 era aguardada com muita expectativa. Além do mais com a inauguração do Maracanã, que no dia da partida final entre Brasil e Uruguai recebeu 199.854 torcedores.

Nesta partida, de triste lembrança para os brasileiros, perdemos por 2 x 1 . O Brasil abriu o marcador com um gol de Friaça, aos 47 minutos do primeiro tempo. Schiaffinno empatou aos dezenove minutos. Ghiaggia aos 79 minutos fez o gol da vitória Uruguaia. O empate favoreceria ao Brasil. Flávio Costa foi o nosso técnico.

Nesta época eu contava nove anos e ouvi este jogo na casa de minha avó Augusta, aqui em Calambau. O rádio “chiava” muito, mal dando para ouvir as palavras do Antônio Cordeiro da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Os destaques da seleção uruguaia eram o Ghiggia e o já famoso Obdulio Varela.

Eu já estava familiarizado com o futebol, pois o meu pai Zé Carneiro assinava o jornal “ O Diário” de Belo Horizonte e minha mãe Cici incentivava muito os filhos a lerem, não só os jornais, como livros e revistas.Eu preferia a página de esportes. Este jornal chegava com atraso de três dias.

Copa de 1954:

Em julho de 54 foi realizada a Copa do Mundo na Suiça.

Nesta época eu estudava em Piranga no Ginásio Leão XIII e os estudantes já estavam mais envolvidos com a Copa.

Eu ouvia os jogos na casa comercial Tecidos Vidigal Ltda de propriedade do Tatão Vidigal (de Porto Firme) e dos irmãos José e João Vidigal Guimarães (Yeyé e Yoyo de Calambau ).Ouvíamos os jogos em rádios novinhos, pois a casa era representante dos rádios Philips. Tabalhavam nesta loja o José Romualdo Quintão (Zé de Cacau), o Newton Peixoto (Newtinho) e o Solon Araujo .O primeiro era de calambau e os dois últimos eram de Piranga. A turma era muita animada. De vez em quando eu ia também “ouvir jogo” na mercearia do Sr.Cícero Celestino, ardoroso torcedor do Botafogo.

Nesta copa o “bicho papão” era a Hungria, que tinha em sua equipe os famosos atacantes Puskas e kocsis. A Hungria venceu a Coréia do Sul por 9 x 0 e a Alemanha por 8 x 3. Em dois jogos fizeram 17 gols, sendo 07 de Kocsis.

No dia 27 de julho foi a vez do Brasil enfrentar a Hungria. O Puskas contundido não jogou.

Com sete minutos a Hungria já vencia por 2 x 0. E no final acabou vencendo por 3 x2.

Djalma santos (de pênalti) e Júlio Botelho (Julinho) fizeram os gols do Brasil.

Na partida final deu a maior zebra. Igual a do Uruguai no Maracanã. A Alemanha venceu a Hungria por 3 x 2 e sagrou-se campeã mundial.

Até hoje eu tenho na memória o time do Brasil:- Castilho, Pinheiro e Nilton Santos; Djalma Santos, Brandãozinho e Bauer; Julinho, Didi, Baltazar, Pinga e Rodrigues.

Como reservas tínhamos: Dequinha,Indio (ambos do Flamengo); Pulinho Almeida e Eli (do Vasco da Gama); Veludo (goleiro do Fluminense); Cabeção (goleiro do Corinthians);Maurinho (do São Paulo); Humberto, Mauro( do Santos).

Copa de 58:

Foi realizada entre os dias 08 a 29 de junho de 1958, na Suécia. Foi a sexta edição da Copa.

Com o técnico Vicente Feola, neste ano, o Brasil sagrou-se pela primeira vez Campeão Mundial de futebol. Foram 16 seleções participantes, sendo 12 da Europa e 04 da América. Da América participaram: Brasil, Argentina, México e Paraguai.

A final foi num domingo,29 de junho, às 10:45 hs. Ouvi este jogo em Porto Firme, na casa de meu tio Gastão, junto aos primos Roberto e Augusto. No dia anterior, eu e o Roberto tínhamos chegados de Pinheiral-RJ , de férias, da Escola onde estudávamos.

O Brasil venceu por 5 x 2, com gols de Vavá 2, Pelé 2 e Zagalo.

Vibramos muito, pois, fomos campeões mundiais pela primeira vez.

O Belini, capitão da equipe brasileira recebeu a taça do Rei Gustavo, da Suécia

Didi, por ter sido escolhido o melhor jogador da Copa recebeu o troféu “Bola de Ouro”.

Após a partida, apareceu na casa do tio Gastão o Cacau (Carlos Soares Quintão), que havia ido a Porto Firme, de charrete. Aproveitei a carona e vim com ele para Calambau . Aqui chegando, ficamos sabendo que um Delegado de Polícia havia proibido soltar foguetes em comemoração à conquista do Brasil. Coisas da política local...

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Murilo Vidigal Carneiro

Calambau , DEZEMBRO/2013

murilo de calambau
Enviado por murilo de calambau em 31/12/2013
Reeditado em 03/01/2014
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