Confusão

Ensaio velhos discursos sem sentido, versando sobre as mesmas questões que me enchem a cabeça desde cedo. Para que? Qual finalidade me acode quando penso em falar, falar , falar, escrevendo ou dizendo coisas que todos olham com infinita piedade ou infinito desentendimento? Calar-me, impossível. Dentro de mim brigam as forças que não controlo mas me impelem, cotucam , forcejam, sem clemência, se a menor piedade.

Crucificado por palavras, com cravos de pensamentos nas mãos e nos pés. Língua dilacerada pelo peso da inércia alheia e também por meus excessos pessoais.

Falar, falar até cansar, sem parar, gritar até que todos ouçam e ousem movimentar-se de seu estado de putrefação mental.

Amar, querer, odiar, rejeitar: tudo nesse universo de sentimentos está contido. No entanto, debato-me com a necessidade de colocar todas as palavras ligadas por conjunções de sangue e lágrimas. Tudo sem sentido, tudo renovado... eternamente.

André Vieira
Enviado por André Vieira em 25/04/2007
Código do texto: T463472